O nosso caminho não é de relva suave, é um trilho de montanha pejado de muitas pedras. Mas segue em frente, para cima, rumo ao Sol. E encontrarás a serenidade. Ruth Westheimer
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
A vida é um mistério
“Não acredito na magia (…) mas acredito no mistério (…) a vida é um mistério descomunal do qual apenas arranhamos a casca, apesar da nossa presunção de grandes cérebros. Na verdade não sabemos nada e a pequena luz dos nossos conhecimentos está rodeada por um tumulto de trevas agitadas.(…)”
“(…) também acredito (…) na linha de sombra que separa a luz da escuridão, em margens confusas e fronteiras incertas, em coisas inexplicáveis que nos parecem mágicas apenas porque somos uns ignorantes.”
Rosa Montero, in “A louca da casa”
Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas"
Sophia de Mello Breyner
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
A FORÇA DAS COISAS - Tons das Ideias Antena 2 - Multimédia RTP
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdVS8xYF1nA6eOVHaVsDpWhc3azksAIvRLJcCokBVZWGuqVg3HI73k1GZl7XrY0mCWAA9dG5TeD2sDK4YodHLmzf8QegmZALzTMmPI7lMf0JwVARxQ0GEZwG14mNJQOZZ_MlSNfo4e4pVq/s1600/clarice-lispector.png
• Esta é a biografia de uma das melhores autoras do Brasil: Clarice Lispector.
• Este livro foi distinguido como o New York Times Notable Book de 2009 e foi finalista do National Book Critics Circle Award Amazon.com na categoria Best of the Month em Agosto de 2009. “Clarice Lispector - Uma Vida” foi também favorito na categoria de não-ficção em 2009 do Los Angeles Times, além de ter sido considerado o Best of 2009 da Barnes & Noble Editors’ Choice.
• A biografia conta a história da vida da Clarice Lispector desde o seu
nascimento, na Ucrânia (durante a guerra), a sua vida cosmopolita como autora e mulher de diplomata, bem como o fim trágico da sua vida.
• O livro foi já bastante referenciado na imprensa portuguesa, meses antes da sua publicação em Portugal.
Sobre a obra:
Nascida em 1920, numa Ucrânia devastada pelo rescaldo da Primeira Guerra Mundial, vendo a família levada para um país distante pelos terríveis pogroms que mataram a mãe e arruinaram o pai, Clarice Lispector triunfou sobre as suas origens para se tornar, quase desde a adolescência, uma pessoa cuja beleza, génio e excentricidade intrigaram os escritores e artistas do Brasil.
Clarice Lispector - Uma Vida conta como uma rapariga precoce, depois de um longo exílio no estrangeiro e de difíceis lutas pessoais, se tornou uma grande escritora e mostra, pela primeira vez, as profundas raízes da mística tradição judaica que fizeram dela a verdadeira herdeira de Kafka.
Atravessando o mundo, da Ucrânia ao Brasil, de Nápoles, Berna e Washington ao Rio de Janeiro, Clarice Lispector - Uma Vida mostra como Clarice Lispector transformou as lutas de uma mulher em obras de arte de carácter universal.
Imprensa Internacional:
Moser permite que Lispector permaneça uma mulher de assombrosas contradições e desvenda um complexo retrato de uma artista com um sentido estético e uma criatividade muito à frente do seu tempo…
As intersecções de factos e ficção, vida e literatura, são habilmente afastados por este biógrafo sensível e inteligente.
Rigoberto González, National Book Critics Circle Finalist Nomination [Clarice Lispector] ainda tem de conquistar o lugar que lhe compete nos cânones literários. A biografia de Benjamin Moser, viva, ardente e intelectualmente rigorosa, promete emendar esta falha.
New York Times
Uma biografia digna do seu grandioso sujeito… Uma das escritoras mais misteriosas do século XX é finalmente revelada com as suas cores vibrantes.
Orhan Pamuk
Viva, ardente e intelectualmente rigorosa.
The New York Times Book Review
Com uma pesquisa meticulosa... Bem escrito e notável… Moser é impressionante.
New York Review of Books
Louvores para a tradução brasileira: “Os melhores livros de 2009”, O Globo
Cosac Naify, 2009
Sobre o autor:
Benjamin Moser nasceu em 1976 em Houston, Estados Unidos da América. Escreve a coluna New Books da Harper’s Magazine e é um colaborador regular da The New Yorker Review of Books. O seu trabalho apareceu em muitas publicações por todo o mundo, incluindo Condé Nast Traveler, Newsweek e American Scholar, e publicou traduções de holandês, espanhol, francês e português. Moser vive actualmente na Holanda.
• Benjamin Moser vem a Lisboa em Setembro 2010 para divulgar esta obra.
• O site oficial do autor é: http://www.benmoser.com/
A FORÇA DAS COISAS - Tons das Ideias Antena 2 - Multimédia RTP
Manuel de Freitas (Vale de Santarém, Portugal, 1972) é um poeta, editor e crítico literário português.
Vive em Lisboa desde 1990, tendo publicado o seu primeiro livro de poemas em 2000[2]. Além de se dedicar à poesia, escreve sobre livros no Expresso e tem colaboração dispersa em várias revistas literárias portuguesas. Dirige a pequena editora Averno e é um dos directores da revista Telhados de Vidro, publicação da editora.
Em 2002 organizou a antologia Poetas sem Qualidades, obra que acabaria por contribuir para uma acesa polémica sobre os caminhos da poesia portuguesa surgida nos últimos anos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Freitas
terça-feira, 28 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Documentário
The Sweetmaker of Kabul from Granta magazine on Vimeo.
http://vimeo.com/6261978
Musafa Ali, um Doceiro em Cabul, fala sobre como sua empresa mudou desde os tempos do regime talibã, as eleições no Afeganistão, eo caminho para a paz em seu país. Um curto documentário de Oliver Englehart
Musafa Ali, a sweetmaker in Kabul, talks about how his business has changed since the days of the Taliban, the elections in Afghanistan, and the road to peace in his country. A short documentary by Oliver Englehart
via
http://www.granta.com/Online-Only/110-video-introduction
http://www.granta.com/
sábado, 25 de setembro de 2010
A Revolução da Imprensa
http://www.historiadahumanidade.com.br/wp-content/uploads/2010/08/Guntenberg.jpg
Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg (Mogúncia, 1398 – 3 de Fevereiro de 1468) foi um inventor e gráfico alemão que introduziu a forma moderna de impressão de livros, que possibilitou a divulgação e cópia muito mais rápida de livros e jornais.
Seis inventores estiveram às voltas com experimentações tipográficas, porém, coube ao alemão Johannes Gutenberg a paternidade final.
Sua invenção do tipo mecânico móvel para impressão começou a Revolução da Imprensa e é amplamente considerado o evento mais importante do período moderno. Teve um papel fundamental no desenvolvimento da Renascença, Reforma e na Revolução Científica e lançou as bases materiais para a moderna economia baseada no conhecimento e a disseminação da aprendizagem em massa.
O invento de Gutenberg barateou o livro, tornando a cultura acessível a um maior número de pessoas. Os livros manuscritos eram caríssimos, principalmente porque exigiam sempre o mesmo trabalho.
Gutenberg foi o primeiro europeu a usar a impressão por tipos móveis, por volta de 1439, e o inventor global da prensa móvel. Entre suas muitas contribuições para a impressão estão: a invenção de um processo de produção em massa de tipo móvel, a utilização de tinta a base de óleo e ainda a utilização de uma prensa de madeira similar à prensa de parafuso agrícola do período. Sua invenção verdadeiramente memorável foi a combinação desses elementos em um sistema prático que permitiu a produção em massa de livros impressos e que era economicamente rentável para gráficas e leitores. O método de Gutenberg para fazer tipos é tradicionalmente considerado ter incluído uma liga de tipo de metal e um molde manual para a confecção do tipo.
O uso de tipos móveis foi um marcante aperfeiçoamento nos manuscritos, que era o método então existente de produção de livros na Europa, e na impressão em blocos de madeira, revolucionando o modo de fazer livros na Europa. A tecnologia de impressão de Gutenberg espalhou-se rapidamente por toda a Europa e mais tarde pelo mundo.
Sua obra maior, a Bíblia de Gutenberg (também conhecida como a Bíblia de 42 linhas), foi aclamada pela sua alta estética e qualidade técnica.
Fonte:
http://www.historiadahumanidade.com.br/
O Destino da Europa - reflexão
"A expulsão dos ciganos de França encontra fácil justificação no seu mais do que conhecido comportamento.
A expulsão dos judeus de diversos países da Europa e em diferentes épocas encontrou sempre justificação seguida muitas vezes de arrependimento da parte dos que os expulsaram, como aconteceu na Península Ibérica.
Tal como se pode verificar nas palavras de J. Freudenthal, a razão para a aversão aos judeus, pelo menos na Alemanha, era o facto de serem uma minoria e ocuparem altos cargos, embora também houvesse pessoas modestas nos ofícios a que sempre se dedicavam com sucesso. Claro que não acontece o mesmo com os ciganos.
A este propósito, lembro-me de Agustina e do seu livro, meu preferido, um livro de viagens. Ela tinha sido convidada em 1959 a participar num congresso no Castelo de Lourmarin, em Aix-en-Provence, que reunia “figuras muito ilustres da literatura europeia”. Viajou com o marido, Alberto Luís, no famoso Volkswagen que ele conduzia, e relatou para nossa delícia os pormenores da viagem e não apenas o Congresso.
O tema geral foi O destino da Europa e por esse motivo associei estes acontecimentos, um recente, outros antigos e o outro muito antigo que pode ter tido início no século IV d.C, quando os judeus foram expulsos de Jerusalém e aportaram na Península em grande número; e quando os ciganos, creio que no século XI, se dispersaram na Europa.
Não queria falar da história dos judeus nem da história dos ciganos, mas do que Agustina diz acerca do destino da Europa e do Encontro de Lourmarin que foi para ela decepcionante quanto ao que intelectuais podiam saber acerca da Europa.
É evidente que estou a pensar que o destino da Europa passa por acontecimentos como aqueles: quem é que tem o direito de ser chamado europeu?
São palavras dela, estas: “…no fim de contas, o europeu é o ser mais mentiroso que existe – isso confirma o seu grau de civilização, pois esta começa sempre com a mentira”.
"A Europa não está dependente dos seus intelectuais mais do que das hordas de pequenos oficiais do nada, os que existem com uma côdea e um casaco que veio de mão em mão, através dos burgueses e dos operários, para cobrir a nudez desse último dos cidadãos, dos europeus, se quiserem. Esse que remenda tachos velhos, que coloca chapadas de pano preto nos guarda-chuvas coçados, que vende nastros, ganchos, botões, alfinetes em tabuleiros nas ruas e que deita a correr com as suas pernas de tísico porque não possui licença para circular com a sua mercadoria; esse que traz ao pescoço um atestado que o recomenda à caridade pública, a marafona velha, o mendigo ultrajado, o que cose moedas de prata no colchão, o que sofre na carne que nunca foi apetecível, o que sofre na alma que nunca floriu, esses são europeus e deles também se espera alguma coisa. O quê? Não sabemos, os que escrevemos livros, os que produzem tratados em letra apertada e difícil, os que sobrevoam a terra com a sua carga brilhante das ideias”.
“… o futuro da Europa não é coisa apenas de alguns; seria triste e arrepiante que assim fosse, seria contrário à obra divina”.
(Vale a pena ler a Embaixada a Calígula)
Em 2009, o presidente do Parlamento Europeu recebeu um prémio pelo trabalho desenvolvido pelo Parlamento em defesa dos direitos da comunidade cigana na Europa.
“Dos 12 a 15 milhões de Roma (ciganos) que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Roménia e da Bulgária em 2007”.
(Informações obtidas através da Internet)
via
http://zildacardoso.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Fruir o Belo
Wassily Kandinsky (1866-1944), Outono na Baviera,1908, óleo sobre tela, 33x45cm, Centre Georges Pompidou, França.
É bonita a Baviera no Outono. Nós quase não nos apercebemos da sua chegada.
Também Kandinsky, jurista tornado pintor, viveu na Baviera no final do século XIX durante alguns anos, depois voltando à Rússia natal onde se desiludiu com o novo regime, e mais tarde regressando à Alemanha onde seguiu os caminhos da abstração que o tornaram mundialmente famoso.
Ainda o Outono...
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh83hpns2a8pZkqTpdZvcwzRcUp7c0VB2nKq5vSu6a-PYIqJgMwU_0BYpn7_drzCAWrmnlr48UUYdM4ngSoEbRhzMuFXSmg0f3vPFjikHZLI7-ab9PS-xhT7eDTtECrnbxYRdxJHiDTIIz-/s1600/DSC_5507+copyright.jpg
http://www.infarmed.pt/prontuario/index.php
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxGLyNO_ijHOZPObC1uG285jaEfoqh0NP5IzQaylI_Rzd_urUn6w74fMzrYyaaf2xvPTpZD4j0lPY27k5Bm0S0Hto8rgZremkV5m60G3a7sR0_d08g94ny63xj6Nv5CdbMWMEzACHjiU9A/s1600/DSC_5508+copyright.jpg
http://postaisalemanha.blogspot.com/
http://saidosdaconcha.blogspot.com/
http://venerandomatos.blogspot.com/
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Pessoas com Talento
O incrível talento de Stephen ajudou muitas pessoas a elevar a conscientização sobre o autismo.
"Este vídeo mostra o talento prodigioso de Stephen Wiltshire,um rapaz com especto autista(DEA, ou ASD em inglês), capaz de desenhar de memória uma vista aérea e ampla da cidade de Roma. É incrível mas é verdade. Depois de uma única viagem de helicóptero a sobrevoar Roma, Stephen Wiltshire desenha toda a parte monumental à escala. Impressionante! Como se tivesse no cérebro uma câmara de filmar ou fotografar com um único scanning around... Aqui fica o link e se puderem não percam":
http://www.youtube.com/watch?v=a8YXZTlwTAU
via
http://laurindaalves.blogs.sapo.pt/
http://www.stephenwiltshire.co.uk/sydney.aspx
Alguns blogues
http://www.stephenwiltshire.co.uk/blog_links.aspx
terça-feira, 21 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
Menino
Auto de Natal –O menino atrasado
Todos já se foram!
Não há mais ninguém!
Dizem que o Menino
Nasceu em Belém!
Eu não tenho irmão,
Não tenho amigo,
Quero esse Menino
Para brincar comigo!
Senhor porteiro, faz favor,
Abra a cancela!
Eu vim de longe
Quero ver festa tão bela.
A casa está cheia,
Veio muita gente:
Pastores, vaqueiros,
Ciganas, doceiras
E três reis do Oriente!
Ó senhor porteiro,
Deixe-me passar!
Eu sou tão pequeno
Que fico à vontade
Em qualquer lugar.
Vá-se embora, vá-se embora.
Não cabe em nenhum lugar!
Veio com as mãos vazias.
Que trouxe para lhe dar?
Eu vim p´ra brincar
Com o meu camarada.
E nada lhe trouxe
Porque não tenho nada.
Menino Jesus,
Do meu coração,
Eu não tenho nada,
Sê tu meu irmão.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Sífiso
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Miguel Torga, Diário XIII
Adolfo Correia da Rocha nasceu em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa (Vila Real), a 12 de Agosto de 1907 e faleceu em Coimbra, a 17 de Janeiro de 1995.
Adopta o pseudónimo de Miguel Torga porque “eu sou quem sou. Torga é uma planta transmontana, urze campestre, cor de vinho, com as raízes muito agarradas e duras, metidas entre as rochas. Assim como eu sou duro e tenho raízes em rochas duras, rígidas…”
Em Miguel Torga sente-se a procura incansável e o desejo profundo de nos encontrarmos. O Poeta sabe que “O Encontro” é a maior das Riquezas que o homem pode desejar mas, ao mesmo tempo, um tesouro difícil de alcançar, um tesouro soterrado por ilusões, aparências, máscaras, medos, vergonhas. E, por isso, “cava, lava e peneira” de forma a libertar-se de tudo o que não nos permite sermos nós, plenamente.
Foram vários os caminhos, os encontros e desencontros que o poeta viveu. No entanto, esta procura da verdadeira liberdade foi uma constante que marcou toda a sua vida e obra. “De alguma coisa me hão-de valer as cicatrizes de defensor incansável do amor, da verdade e da liberdade, a tríade bendita que justifica a passagem de qualquer homem por este mundo” (Diário, Coimbra, 9 de Dezembro de 1993)
O Nosso Lar
http://www.youtube.com/watch?v=efnOCEtwhP0&feature=fvw
Edição feita com imagens da B.B.C e música de John Williams
Que Hábitos tem? - Não caia na rotina
O artigo traz poucas informações concretas. Quase não há referências de livros, nomes de cientistas e dados de pesquisas. Links, então, nem pensar. Mas, enfim, a tese do texto é bem útil:
Não tente assassinar seus velhos hábitos. Uma vez que alguns deles estão gravados no hipocampo, eles vão ficar. Em vez disso, novos hábitos que nós introjetamos conscientemente criam caminhos paralelos que podem suprimir, desviar as rotas antigas.
O artigo cita uma psicoterapeuta Dawna Markova, blogueira e autora do livro The Open Mind: Exploring the 6 Patterns of Natural Intelligence . Ela diz que temos como que três “zonas”: a de conforto, de elasticidade e de estresse. A primeira pode produzir acomodação e ignorância. A terceira “derruba o sistema” por excessiva tensão e uso. As mudanças realmente ocorreriam na segunda.
Quer dizer: não adianta forçar demais. Para mudar um hábito, é melhor procurar alternativas, buscar inovações. Não lutar contra cruelmente contra si mesmo e se condenar quando der errado. Nem tensão, nem relaxamento demais. Mudança constante dentro da área de elasticidade. Criatividade, em vez de dureza.
*texto de Eduardo Fernandes, colunista.
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/magaiver
via
http://cantodecontarcontos.blogspot.com/
Fado
«Toda a poesia – e a canção é uma poesia ajudada – reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre, e a canção dos povos alegres é triste. O fado, porém, não é alegre nem triste. É um episódio de intervalo. Formou-o a alma portuguesa quando não existia e desejava tudo sem ter força para o desejar. As almas fortes atribuem tudo ao Destino; só os fracos confiam na vontade própria, porque ela não existe.
O fado é o cansaço da alma forte, o olhar de desprezo de Portugal ao Deus em que creu e que também o abandonou. No fado os Deuses regressam, legítimos e longínquos. E, esse segundo sentido da figura de El-Rei D. Sebastião.» Fernando Pessoa.
via
http://vivercomlight.blogspot.com/
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Laurie Anderson – o encanto dos destruidores de ilusões
"Deparei-me casualmente (e virtualmente) com Laurie Anderson, essa jovem senhora de 63 anos! e senti felicidade, porque creio que toda existência humana deve expressar alguma forma de ativismo, pouco importando a escala das atitudes ou a moral que as norteia
“Um rato demora a perceber que está numa ratoeira/ mas, quando percebe, algo dentro dele nunca mais pára de tremer”. Em Homeland, Laurie fala de amor, de fascismo contemporâneo, da ruina dos impérios, enfim, fala de gente, de nós – musicando Poesia, Política e Ativismo com ironia e beleza. Explodindo suavemente um Arte/Rock Progressivo de vanguarda nos dá a sensação de que temos muito o que fazer…
Nossa vida, esse pequeno vendaval, permanentemente estressada pelo excesso, é feita de incertezas, perturbações e agitações que, incrivelmente, acabam por fortalecer nosso sistema social/econômico, em vez de subvertê-lo. Parafraseando Marshall Berman, tudo em nós que não é atraente para o Mercado é reprimido drasticamente ou se deteriora por falta de uso. Somos ‘seduzidos’ a viver uma vida trivial, com sonhos publicitariamente fabricados, com toda uma existência reduzida a um projeto profissional e financeiro. Porém, não somos máquinas triviais – (Berman: “Wittgenstein faz o elogio do ‘encanto dos destruidores de ilusões’ – nos exorta a reagir contra a ausência de inquietação que tende a prevalecer em nossa época. Não faltam ilusões empenhadas em medir o pensamento e valorar e definir a vida mesma pelos referenciais da profissionalização, do utilitarismo, da política e até da crítica.”)
Dispomos de um potencial de catálise, de descoberta, de decisão e, principalmente, de afastamento em relação à norma. Entretanto, não basta ser diferente – ser diferente é ser da massa sem fazer nenhuma diferença – é preciso ser ativista!
Laurie Anderson performs at Live from Lincoln Center (Episode 188, recorded on May 3, 2007):"
via
http://fabriciokc.wordpress.com/
terça-feira, 14 de setembro de 2010
As melhores obras de Shostakovich
http://www.youtube.com/watch?v=PKNlxvqK3E4&feature=player_embedded
0:03 Piano concerto no.1 4th movement finale 0:56 Second waltz from jazz suite no. 2 1:27 no idea :/ maybe from a ballet suite 2:14 romanze from gadfly 2:52 1st symphony 1st movement 3:30 2nd piano concerto 1st movement 4:04 still his 2nd piano concerto finale of his 1st mvt 5:05 4th symphony 1st movement 5:38 5th symphony 1st movement 6:40 no idea, doesn't sound like DSCH to me though :/ 7:45 7th symphony 1st mvt 8:44 10th symphony 2 movement that's it, hope it helps
http://tempodascerejas.blogspot.com/
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
Este vídeo faz uma ligação entre a sensacional "The Passenger" de Iggy Pop e alguns clássicos de Hollywood.
Edit: I just reopened this account and I had a huge number of requests for a list of the movies used in the video so instead of replying to each one I will just add it here. Movies are named in order of appearance and often appear a few times.
The Great Escape
Sunset Boulevard
(Repeated)
The Prince and the Pauper
The Good, the Bad and the Ugly
Flying Leathernecks
Pursued
Black Angel
Pickup on South Street
Fallen Angel
Giant
From Here to Eternity
His Girl Friday
Pursued
Lawrence of Arabia
The Great Escape
Big Jake
Rififi (this is the movie of the bleeding guy driving with the kid in the backseat. It's a French film noir and it's awesome.)
Giant
Fallen Angel
The Good, the Bad, and the Ugly
The Prince and the Pauper
From Here to Eternity
The Bad and the Beautiful
Pickup on South Street
Duel in the Sun
Top Hat
Stalag 17
Casablanca
Singin' In the Rain
Fallen Angel
The Wild Bunch
It Happened One Night
Black Angel
His Girl Friday
Murder My Sweet
Trouble In Paradise
Duel in the Sun
The Shop Around the Corner
Murder My Sweet
Pursued
Top Hat
From Here to Eternity
It Happened One Night
My Man Godfrey
The Fighting Seabees
Casablanca
Yankee Doodle Dandy
Some Like It Hot
Butch Cassidy and the Sundance Kid
Stalag 17
Citizen Kane
Destry Rides Again
Citizen Kane
Singin' In the Rain
Citizen Kane
Destry Rides Again
Duel in the Sun
The Thin Man
Force of Evil
Rio Bravo
Lawrence of Arabia
Butch Cassidy and the Sundance Kid
Take Me Out To the Ballgame
The Searchers
In the Navy
East of Eden
Robin and the Seven Hoods
The High and Mighty
In Old California
Giant
The Godfather
There's No Business Like Show Business
Top Hat
Rio Bravo
The Searchers
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Biblioteca Leituras e Olhares
'High Violet' dos 'The National'
http://www.youtube.com/watch?v=yfySK7CLEEg&feature=player_embedded#!
http://becre-andreresende.blogspot.com/
http://filosofiadumamantaderetalhos.blogspot.com/
http://klepsidra.blogspot.com/
http://sete-mares.blogspot.com/
Os Malefícios da Rivalidade na Escola
A mesquinhez de uma vida em que os outros não aparecem como colaboradores, mas como inimigos, não pode deixar de produzir toda a surda inveja, toda a vaidade, todo o despeito que se marcam em linhas principais na psicologia dos estudantes submetidos a tal regime; nenhum amor ao que se estuda, nenhum sentimento de constante enriquecer, nenhuma visão mais ampla do mundo; esforço de vencer, temor de ser vencido; é já todo o temperamento de «struggle» que se afina na escola e lançará amanhã sobre a terra mais uma turma dos que tudo se desculpam.
Quem não sabe combater ou não tem interesse pela luta ficará para trás, entre os piores; e é certamente esta predominância dada ao espírito de batalha um dos grandes malefícios dos sistemas escolares assentes sobre a rivalidade entre os alunos; não se trata de ajudar, nem de ser ajudado, de aproveitar em comum, para benefício de todos, o que o mundo ambiente nos oferece; urge chegar primeiro e defender as suas posições; cada um trabalhará isolado, não amigo dos homens, mas receoso dos lobos; o saber e o ser não se fabricam, para eles, no acordo e na harmonia; disputam-se na luta.
Urge quanto antes alargar a reforma radical que as escolas novas fizeram triunfar na experiência; que só haja dois estímulos para o trabalho nas sulas: a comparação de cada dia com o dia anterior e com o dia futuro e o desejo de aumentar o valor, as possibilidades do grupo; por eles se terá a confiança indispensável na capacidade de realizar e a marcha irresistível da seta para o alvo; por eles também o sentido social, o hábito da cooperação, a tolerância e o amor que gera a convivência em vez de um isolamento de caverna e de uma agressividade permanente; a vitória de uma ideia de paz sobre uma ideia de guerra.
Agostinho da Silva, in 'Considerações'
Agostinho da Silva
Portugal
[1906-1996]
Filósofo/Poeta/Ensaísta
http://www.citador.pt/pensar.php?pensamentos=Agostinho_da_Silva&op=7&author=20238
O Professor como Mestre
O Professor como Mestre
Não me basta o professor honesto e cumpridor dos seus deveres; a sua norma é burocrática e vejo-o como pouco mais fazendo do que exercer a sua profissão; estou pronto a conceder-lhe todas as qualidades, uma relativa inteligência e aquele saber que lhe assegura superioridade ante a classe; acho-o digno dos louvores oficiais e das atenções das pessoas mais sérias; creio mesmo que tal distinção foi expressamente criada para ele e seus pares. De resto, é sempre possível a comparação com tipos inferiores de humanidade; e ante eles o professor exemplar aparece cheio de mérito. Simplesmente, notaremos que o ser mestre não é de modo algum um emprego e que a sua actividade se não pode aferir pelos métodos correntes; ganhar a vida é no professor um acréscimo e não o alvo; e o que importa, no seu juízo final, não é a ideia que fazem dele os homens do tempo; o que verdadeiramente há-de pesar na balança é a pedra que lançou para os alicerces do futuro.
A sua contribuição terá sido mínima se o não moveu a tomar o caminho de mestre um imenso amor da humanidade e a clara inteligência dos destinos a que o espírito o chama; errou o que se fez professor e desconfia dos homens, se defende deles, evita ir ao seu encontro de coração aberto, paga falta com falta e se mantém na moral da luta; esse jamais tornará melhores os seus alunos; poderão ser excelentes as palavras que profere; mas o moço que o escuta vai rindo por dentro porque só o exemplo o abala. Outros há que fazem da marcha do homem sobre a Terra uma estranha concepção; vêem-no girando perpetuamente nos batidos caminhos; e, julgando o mundo por si, não descobrem em volta mais que uma eterna condenação à maldade, à cegueira e à miséria; bem no fundo da alma nenhuma luz que os alumie e solicite; porque não acreditam em progresso nenhuma vontade de melhorar; são os que troçam daquilo a que chamam «a pedagogia moderna»; são os que se riem de certos loucos que pensam o contrário.
Ora o mestre não se fez para rir; é de facto um mestre aquele de que os outros se riem, aquele de que troçam todos os prudentes e todos os bem estabelecidos; pertence-lhe ser extravagante, defender os ideais absurdos, acreditar num futuro de generosidade e de justiça, despojar-se ele próprio de comodidades e de bens, viver incerta vida, ser junto dos irmãos homens e da irmã Natureza inteligência e piedade; a ninguém terá rancor, saberá compreender todas as cóleras e todos os desprezos, pagará o mal com o bem, num esforço obstinado para que o ódio desapareça do mundo; não verá no aluno um inimigo natural, mas o mais belo dom que lhe poderiam conceder; perante ele e os outros nenhum desejo de domínio; o mestre é o homem que não manda; aconselha e canaliza, apazigua e abranda; não é a palavra que incendeia, é a palavra que faz renascer o canto alegre do pastor depois da tempestade; não o interessa vencer, nem ficar em boa posição; tornar alguém melhor — eis todo o seu programa; para si mesmo, a dádiva contínua, a humildade e o amor do próximo.
Agostinho da Silva, in 'Considerações'
A Escola Portuguesa
Eis as crianças vermelhas
Na sua hedionda prisão:
Doirado enxame de abelhas!
O mestre-escola é o zangão.
Em duros bancos de pinho
Senta-se a turba sonora
Dos corpos feitos de arminho,
Das almas feitas d'aurora.
Soletram versos e prosas
Horríveis; contudo, ao lê-las
Daquelas bocas de rosas
Saem murmúrios de estrela.
Contemplam de quando em quando,
E com inveja, Senhor!
As andorinhas passando
Do azul no livre esplendor.
Oh, que existência doirada
Lá cima, no azul, na glória,
Sem cartilhas, sem tabuada,
Sem mestre e sem palmatória!
E como os dias são longos
Nestas prisões sepulcrais!
Abrem a boca os ditongos,
E as cifras tristes dão ais!
Desgraçadas toutinegras,
Que insuportáveis martírios!
João Félix co'as unhas negras,
Mostrando as vogais aos lírios!
Como querem que despontem
Os frutos na escola aldeã,
Se o nome do mestre é — Ontem
E o do discíp'lo — Amanhã!
Como é que há-de na campina
Surgir o trigal maduro,
Se é o Passado quem ensina
O b a ba ao Futuro!
Entregar a um tarimbeiro
Um coração infantil!
Fazer o calvo Janeiro
Preceptor do loiro Abril!
Barbaridade irrisória,
Estúpido despotismo!
Meter uma palmatória
Nas mãos dum anacronismo!
A palmatória, o açoite,
A estupidez decretada!
A lei incumbindo a Noite
Da educação da Alvoradal
Gravai na vossa lembrança
E meditai com horror,
Que o homem sai da criança
Como o fruto sai da flor.
Da pequenina semente,
Que a escola régia destrói,
Pode fazer-se igualmente
Ou o assassino ou o herói.
Desta escola a uma prisão
Vai um caminho agoireiro:
A escola produz o grão
De que a enxovia é o celeiro.
Deixai ver o Sol doirado
À infância, eis o que eu vos peço.
Esta escola é um atentado,
Um roubo feito ao progresso.
Vamos, arrancai a infância
Da lama deste paul;
Rasgai no muro Ignorância
Trezentas portas de azul!
O professor asinino,
Segundo entre nós ele é,
Dum anjo extrai um cretino,
Dum cretino um chimpanzé.
Empunhando as rijas férulas
Vós esmagais e partis
As crianças — essas pérolas
Na escola — esse almofariz.
Isto escolas!... que índecência
Escolas, esta farsada!
São açougues de inocência,
São talhos d'anjos, mais nada.
Guerra Junqueiro, in 'A Musa em Férias'
http://www.escoladosaber.xpg.com.br/AnotePoesia.htm
domingo, 12 de setembro de 2010
Vergílio Ferreira
"Aproveita a vida enquanto ela é vida dentro de ti. Aproveita o teu corpo enquanto és tu que lá moras. Aproveita. Primeiro tens mais espírito do que corpo e há dentro de ti uma convulsão de ideias
uma agitação insofrida de projectos
resoluções
descobertas. Depois a convulsão abranda e começas a viver das ideias amealhadas. Depois
pouco a pouco
vais perdendo essas ideias ou vai-las esquecendo no sótão de ti. Depois resta só uma ou duas com que te vais governando. E por fim ficarás só com a carcaça do teu corpo
sem interior nenhum
e que as leis municipais estão à espera que se despache para atirarem à fossa. Aproveita o teu corpo enquanto estás dentro dele. Aproveita enquanto estás."
Vergílio Ferreira
Pensar
sábado, 11 de setembro de 2010
A Grécia Arcaica
Pré-Socráticos #1: A Grécia Arcaica from Origem da Comédia on Vimeo.
http://vimeo.com/14826206
Primeira sessão do ciclo Tertúlias Pré-Socráticas, promovido pela associação Origem da Comédia. Maria Helena Rocha Pereira fala da Grécia Arcaica, enquanto plano de fundo histórico-cultural da revolução científica e filosófica protagonizada pelos filósofos que serão tratados nas sessões seguintes. Sessão decorrida no dia 5 de Março de 2010, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra.
via
http://origemdacomedia.blogspot.com/
http://www.cafepress.co.uk/idcrome/
http://mitologia.blogs.sapo.pt/65474.html
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
EURODEPUTADO
Miguel Portas apresenta o seu relatório sobre o Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização, relativo ao apoio a vítimas de despedimento colectivo na União Europeia
http://beinternacional.eu
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http://arrastao.org/
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Duas mulheres, dentro do nevoeiro
[Versão ampliada de um texto publicado no n.º 93 da revista Ler]
via
http://bibliotecariodebabel.com/
Vamos falar de Solidão?
s. f.
Retiro; lugar solitário; isolamento.
“Solidão, diz o dicionário, é o estado do que está só.
Sabemos que aquele que está só pode sentir-se feliz ou não… de todo. O que leva a pensar que solidão não é apenas o estado de estar só. A palavra que tem graves conotações - de desventura, de mágoa - representa também um sentimento.
Como sentimento, pode querer dizer abandono. Abandono, desistência, repúdio, desamparo… Que será consequência de incapacidade natural de comunicar – de ouvir e de falar com os outros. Ou pode ter outras origens: a desestruturação da família tradicional terá acabado com a afectividade social fácil senão espontânea. Poderá ser questão de temperamento?
As pessoas incapazes de dialogar, supostamente rejeitadas, tornam-se agressivas, transformam o mundo num imenso campo de batalha, onde lutam… distantes, incompreendidas e incapazes de compreender.
O estar só, simplesmente, não quer significar solidão com todo o conhecido cortejo de características negativas, mas pode ser um desejo e uma necessidade, uma vontade e uma satisfação.
E haverá momentos em que as duas situações se associam: queremos estar sós e em silêncio porque precisamos absolutamente disso para o nosso trabalho, mas não queremos prolongar esse estado nem o sentimento (eu abandono os próximos, os outros abandonam-me, logo sentirei a solidão) para além do tempo em que necessitamos de nos concentrar e de trabalhar sem dispersão.
Por isso, digo, verdadeiramente ninguém aprecia estar só, quero dizer, não… 24 horas por dia, 7 dias por semana, a vida toda. Apenas o faremos com alegria e, mesmo assim, durante o tempo necessário, se estivermos obcecados por uma acção que nos preencha inteiramente.
O trabalho, qualquer trabalho, é esforço e pena, mesmo quando dá prazer a quem o realiza e deleita aqueles a quem se destina, como é o caso do trabalho do escritor.
Na sua linguagem radiosa, muito criativa e estimulante, Roland Barthes toca o ponto fundamental quando enuncia a dificuldade principal do escritor moderno – o que o faz sofrer, o que o leva ao isolamento, ou, se quiserem, à solidão. Que é também a da sua escrita.
Tento explicar, seguindo Barthes.
“Como a arte moderna na sua totalidade, a escrita literária contém simultaneamente a alienação da História e o sonho da História: como necessidade atesta o dilaceramento das linguagens... como liberdade é a consciência desse dilaceramento e o próprio esforço que pretende ultrapassá-la”.
O escritor convencido da sua modernidade procura uma ruptura na língua; que é um sistema de valores e uma instituição social e, como tal, não pode ser modificada por nenhum indivíduo. E, de qualquer modo, resiste: foi construída por ninguém para que a comunidade se entendesse. Tudo o que podemos fazer é aprender a manobrá-la.
O que o escritor pretende, aquilo a que se obriga, e que é criar uma linguagem nova e livre, talvez nunca passe de projecto ou de sonho ou de experiência, já que o tumulto que provoca na língua vai tornar a escrita ilegível.
Apesar de tudo e de todos os seus desejos e prazeres, esforça-se por comunicar ainda, a um outro nível, empenha-se em dizer alguma coisa, mesmo que seja outra coisa, mesmo que não seja o que diz, mesmo que seja o que não diz.
Penso que a escrita neste sentido se assemelha à pintura não figurativa e como qualquer outra arte do nosso tempo, corresponde à visão de um mundo desordenado e intrigante e também a "modificações decisivas de mentalidades e de consciências".
No século XIX, os escritores concebiam belas histórias românticas, e davam às suas narrativas a forma tradicional do romance. Os poetas queriam estar sós e tristes porque isso era interessante para a sua obra afectiva e sensível - assim António Nobre, Fernando Pessoa, tantos outros. E havia os génios que tinham a primazia do estado solitário.
Presentemente, pensa-se que as histórias estão todas bem ou mal contadas e os poemas líricos todos ditos, o que importa é o trabalho com a linguagem.
É evidente que o pobre escritor e o poeta contemporâneos têm de utilizar os velhos significantes ligados aos antigos significados porque esses são os signos que constituem a língua que usam. E, do mesmo modo, devem abandonar a literatura que os antecedeu. Mas a sua obra vai tornar-se-á escrita , tal como pretendem, no fim de um trabalho que é provocante e maldoso - o de perverter a sagrada língua da Mãe e dos Avós.
Deve ele usar a língua pura, purificá-la mais, ou perverter a língua? Quer novidades que só surgem com … O escritor é uma pessoa de bem, por isso, se interroga de que modo pode perverter a língua sem a perverter. É nesse duro dilema que a sua consciência se despedaça.
Se, apesar de toda esta actividade considerada criminosa, quer continuar a ser escritor é porque acredita que lhe está prometido um mundo novo, onde a linguagem será asseada e viçosa e brilhante. E não resiste.
trabalho a partir de materiais usados não é exclusivo do escritor, mas ele é o único que utiliza o que, além de pertencer à comunidade, é sua pertença de modo tão privado, como uma qualidade que é sua desde que se conhece, como sua cultura e sua pátria.
Uma das razões do desejo de estar só e de solidão é que esse trabalho torturante implica uma cabeça limpa e em silêncio. E não se trata apenas do silêncio exterior a si.
Por vezes, sinto que tenho de empurrar pensamentos persistentes, impeli-los com força como caixotes pesados, afastá-los do centro da minha mente para ter aí espaço, que sinto como físico, para aqueles com que me quero ocupar.
E a escrita, culpada do afastamento do autor (se a sua linguagem é diferente, ele fica desligado dos outros e é esta a solidão que dói), é ela própria solitária porque é indecifrável, quero dizer, não comunica facilmente, quase desiste de desamparo, (haverá um código que se descobre no momento em que há que inventar outro), mas tem sempre e ainda uma esperança de expressividade, tal como o autor. A escrita quer conservar um sentido vago, um reflexo, uma diminuta recordação do velho código, talvez uma metáfora.
E como as pessoas incapazes de dialogar, a escrita é agressiva na sua luta isolada para ser aceite e entendida.
“Sentindo-se constantemente culpada da sua solidão, ela não deixa de ser por isso uma imaginação ávida de uma felicidade das palavras, precipita-se para uma linguagem sonhada cuja frescura, por uma espécie de antecipação ideal, representa a perfeição de um mundo novo adâmico onde a linguagem já não seria alienada”.
Deveremos ser sensíveis e pesquisar, estudar, tentar conhecer.
Enfim há muitas solidões para o escritor: as dele - a voluntária e desejada (gostava de inventar uma palavra nova) que é um silêncio, exterior; o outro silêncio que afasta os ruídos interiores; a que não deseja e lhe vem das dificuldades de um trabalho criativo e subversivo (a sua escrita – original e difícil de compreender - afasta-o e isola-o dos outros). E a da escrita, a solidão da escrita, ela própria a afastar-se das outras escritas.
Devo concluir contudo que há apenas duas qualidades de solidão para qualquer pessoa: a que se deseja e a que se sofre.
Zilda Cardoso
(escritora, convidada do MiL RAZõES...)
http://milrazoes.blogs.sapo.pt/
http://zildacardoso.blogs.sapo.pt/
Elogio ao Amor
Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha.
O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza.
Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito.
Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama.
Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado.
Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos,bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha.
Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso.
Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja.
Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor.
É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.
Tanto faz.
É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino.
O amor puro é uma condição.
Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe.
Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma.
É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária.
A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida.
A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre.
Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos.
E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver
sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um minuto de amor pode durar a vida inteira.
E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso
O Sol nas Noites e o Luar nos Dias
De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.
Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Natália Correia
Poesia Completa
Publicações Dom Quixote
1999
Maria de Medeiros interpretant " A little more Blue". Acompanyada pels musics: Pascal Salmon (Piano), Edmundo Carneiro (Percusió) i Emec Euci (Contrabaix). Concert gravat a la Sala 'Luz de Gas'. Barcelona Octubre 2007
http://www.youtube.com/watch?v=wjxZsw1DrUM&feature=player_embedded#!
And When Did You Last See Your Father? - Trailer
Enviado por toma-uno. - Temporadas completas e episódios inteiros online
Cada família tem a sua história secreta. Uma caixa de Pandora com seus demónios, lutas de grande e de pequeno porte - entre os labirintos do tabu. Isso é o que Quando foi a última vez que viu seu pai? (2007), um filme independente, bonito, na Irlanda e dirigido pelo tailandês Anand Tucker, director de 47 anos, no entanto, mostra o veterano profissional levando os gostos de Colin Firth, Juliet Stevenson e Jim Broadbent. O filme, que passou despercebida no espaço competitivo reconhecido, parado sobre a crítica devido ao seu acabamento impecável. Firth e Broadbent estrela na história do relacionamento entre pai e filho filtrada através da visão do final de amor e ódio. O confronto entre os factos, a memória e o mundo emocional nos identificamos com os dramas de cada um gostar ou não, talvez venhamos a viver na carne ou através da família vizinha. Trabalho na qualidade Firth no papel de filho, será anunciado aqui interpretativa altura de seu professor George Falconer no homem uma posterior Single, 2009. Ele é apoiado por outras acções, tais como pilares ou Beard Mathew Elaine Cassidy, mas sobretudo de um Broadbent devastador que contém o pai. O resto é a qualidade dos ingredientes: dirigir actores, fotografia, roteiro, trilha sonora, e uma questão pendente. Como resultado, nós adicionamos à nossa volta audiovisual uma placa sem negar certos padrões formais do sistema de estrelas, ignora a tutela e passar. Urgente oportunidade de saborear o encanto da alternativa. (JR)
In: Gables vídeo Lion, Coral
http://www.tumiamiblog.com/
http://losliriosdeljardin.blogspot.com/
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Novas Tecnologias e Comunicação
José Luis Orihuela habla sobre "Nuevas Tecnologías y Comunicación" en la Universidad de Los Hemisferios
http://www.youtube.com/watch?v=k2F2brsoN64&feature=player_embedded#!
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
A Acompanhar
Aquele que profanou o mar
E que traiu o arco azul do tempo
Falou da sua vitória
Disse que tinha ultrapassado a lei
Falou da sua liberdade
Falou de si próprio como de um Messias
Porém eu vi no chão suja e calcada
A transparente anêmona dos dias.
Sophia de Mello Breyner Andresen, No Tempo Dividido (Caminho)
via
http://biblioviso.blogspot.com/
PESQUISA
Aprender Português
http://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues.html
Ciberdúvidas
http://ciberduvidas.sapo.pt/
Conjugador de verbos
http://linguistica.insite.com.br/cgi-bin/conjugue
Dicionário de Língua Portuguesa
http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx/
Dicionário de Termos Literários
http://www.edtl.com.pt/
Dicionários (Porto Editora)
http://www.portoeditora.pt/especial/index/documento/DOL
Estante de Materiais
http://www.prof2000.pt/users/estante/estante.html
Galeria de Arte
http://www.wga.hu/index1.html
História da Língua Portuguesa
http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/
Mitologia (pesquisa)
http://mithos.cys.com.br/
Outros lugares
Alain Corbel
http://www.alaincorbel.in-netz.com/
Instituto Camões
http://cvc.instituto-camoes.pt/index.php
Unesco
http://www.unesco.pt/cgi-bin/home.php