"La Carte et le territoire" talvez seja, de todos os livros de Michel Houellebecq, o mais fácil de ler - diz ele.
À terceira foi de vez. O escritor Michel Houellebecq recebeu o Prémio Goncourt, no dia 8 de Novembro de 2010, pelo romance "La Carte et le territoire". Venceu à primeira volta com sete votos contra dois. O livro, ainda sem título em português, vai ser editado pela Objectiva.
O escritor já tinha sido finalista deste prémio, em 1988, com "As Partículas Elementares" (editado em Portugal pela Temas e Debates), e em 2005 com "A Possibilidade de uma Ilha" (Dom Quixote). Talvez este seja, de todos os seus livros, o mais fácil de ler - diz ele - mas é também o mais complicado em termos de estrutura.
Há cinco anos que o autor francês contemporâneo mais conhecido e mais vendido no mundo não publicava um romance. Frédéric Beigbeder, seu amigo de longa data, escreveu no "Le Fígaro" que "La Carte et le territoire" é um livro sobre "o desaparecimento da arte e a transformação da França em objecto de museu" para o turismo mundial.
É também uma obra sobre a solidão e a velhice. Nela, Houellebecq leva mais longe a sua paródia: o escritor e o seu cão, personagens do romance, são violentamente assassinados. Mas antes disso, Jed Martin, a personagem principal, um fotógrafo, vai à Irlanda pedir ao famoso escritor que escreva um texto para o catálogo de uma das suas exposições. Ao longo de todo o livro, surgem personagens com nomes de pessoas que existem na realidade. Logo no primeiro capítulo encontramos Jeff Koons e Damien Hirst, artistas plásticos. A revista "Les Inrockuptibles" escreveu que as personagens masculinas deste livro - o fotógrafo, o pai arquitecto e o escritor famoso - são todas Houellebecq, que neste livro faz o seu melhor auto-retrato.
Livro lançado, Michel Houellebecq foi acusado de plágio por ter usado citações da wikipédia e de "sites" oficiais da net que depois modificou numa técnica que se aproxima do patchwork. O PDF do livro foi disponibilizado na Internet com a mensagem: " La carte et le territoire' é uma obra de Michel Houellebecq sob licença da Creative Commons".
O mais famoso escritor francês contemporâneo, que era o inimigo público que passou a ser amado pelos média, afirmou que talvez este fosse o seu último livro. Mas como não controla nada agora já não sabe se isso será verdade.
http://ipsilon.publico.pt/livros/texto.aspx?id=272564
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