terça-feira, 31 de maio de 2011

Johnny Welch

Museus em família

La marioneta

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mario Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida. Não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes – te amo, te amo. Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado do amor.
Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar. A uma criança, lhe daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...
Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, finalmente, não poderão servir muito porque quando me olharem dentro dessa maleta, infelizmente estarei morrendo.

Johnny Welch

Pixies - Where Is My Mind? Fight Club Soundtrack - Footage Montage




https://www.youtube.com/watch?v=3DDZEdkoaY4&feature=player_embedded

sábado, 28 de maio de 2011

Bollywood Songs Of - Taxi Driver



Super Hit Hindi Songs From Indian Film Taxi Driver 1954 Dev Anand Kalpana Kartik Johny Walker Music By S.D.Burman Directed By Chetan Anand

Pachelbel - Canon In D Major. Best version.

rinite alérgica

Ai meu nariz, ai meu nariz. Ele parece muito mais um chafariz”. O médico João Ferreira de Mello Júnior, chefe do Grupo de Alergia em Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, elaborou o conteúdo de um site com informações sobre a rinite alérgica. Ele se chama… “O Meu Nariz”.
A doença afeta cerca de 30% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O portal sobre a rinite alérgica reúne o funcionamento da doença, seus mitos e tratamentos. Também possui jogos e links para comunidades sobre o tema. Os papéis de parede são irrelevantes, mas a ideia de desmistificar a doença mostrando como controlá-la é interessante."


http://www.omeunariz.com.br/


via
http://xisxis.wordpress.com/

dance

http://www.deezer.com/music/dead-can-dance/a-passage-in-time-105506?provider=website

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Yourstru.ly Presents: John Vanderslice & the Magik Magik Orchestra "Prom...

Para um amigo

Da grande página aberta do teu corpo António Ramos Rosa

Lesiem - Fundamentum [11 min. Full Track]



Romolus, the lord
Romolus, the lord
Remos Romolos divine lastingness
(the story of the two twin brother lasts forever. Romolus and Remus were sons of Ares,
greek God of war, they were d i v i n e )
Remos Romolos divine murder between brothers
(During the fundation of Rome, Remolus killed his brother, a divine blood was spilled)
holy lord result Paludamentum
(the holy lord, Romolus, became a Roman general
- Paludamentum is a cloak worn by Roman generals during time of wars, Christ was invested with a white Paludamentum)
male lord alike non foundation
Romolus, the great lord reconcile
Romolus, the great lord non foundation

Remos Romolos divine lastingness
Remos Romolos divine murder between brothers
holy lord result Paludamentum
male lord alike non foundation

Romolus, the great lord reconcile
Romolus, the great lord non foundation
Romolus, the lord

Dire Straits - So Far Away

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eu Tenho um Amigo

D. H. Durrel (1885 - 1930)

O Amante de Lady Chatterley-Rev

Eis o poder do silêncio!

1. Nós, eleitores, somos avessos à mudança. É só olhar para a história da nossa democracia. Avessos à mudança, conservadores e medrosos. A irracionalidade do medo, digo eu, não permitirá a 30 por cento dos eleitores, dizem as sondagens, ver que o Estado protector foi posto em licença sabática, substituído dissimuladamente pelos interesses e pelas empresas do regime e está falido. Isso, com todas as letras, falido. Se tudo correr bem, teremos salários porque nos vão emprestar 78.000 milhões de euros. Mas não desaparece o problema. Desaparece o aperto com que o aventureirismo e a irresponsabilidade de Sócrates nos arrastaram para a vergonha internacional. O chefe da equipa do FMI foi claro quando referiu, publicamente, que a situação a que chegámos, isto é, não termos reservas para satisfazer compromissos se não vierem em nosso socorro já em Maio, obrigaria a que o pedido de resgate tivesse sido apresentado há muito tempo. O problema, esse, foi-nos caindo em cima à medida que os armários se abriram, a toque do FMI e parceiros: a caminho dos 2.250 milhões de euros de défice na Parque Escolar, EP; 6.026 milhões na Refer; 3.627 milhões no Metro de Lisboa; 2.337 milhões no metro do Porto; 21.200 milhões na totalidade das empresas públicas; 645.000 mil crianças sem abono de família em seis meses; 700 mil desempregados, que serão um milhão até 2013; 195 milhões a cortar á Educação em 2012, mais 175 em 2013, que se somam aos 800 já cortados (a paixão pela Educação cede o passo ao combate pela sobrevivência). E, apesar disto e de a lista crescer diariamente, muitos são os que persistem em votar em Sócrates. Quando penso neste empenhamento colectivo com Sócrates, a memória leva-me inexoravelmente à pergunta que a campanha de John Kennedy, referindo-se a Richard Nixon, dirigiu aos cidadãos eleitores em 1960: “Você compraria um carro em segunda mão a este homem?”.

Se Passos Coelho ou Paulo Portas, por hipótese, glosarem Kennedy, tranquilizem-se as consciências abalroadas pelos números. Eu gloso Bocage e confesso publicamente: quem faliu o país não foi ele, fui eu.

2. Por aí no fim da década de 80, num daqueles cursos da moda, sobre liderança, distribuía-se aos participantes um extracto do livro “Si Je Mens”, de Françoise Giroud, fundadora do “L’Express” e figura destacada da resistência francesa. A força do texto levou-me, na altura, à leitura do livro. Acho oportuno partilhá-lo agora com os leitores, em tradução livre, recordando que Chamberlain, membro do Partido Conservador, foi o primeiro-ministro do Reino Unido, de 1937 a 1940.

“ Quando Chamberlain compreendeu que não era o primeiro-ministro adequado a liderar o Reino Unido em guerra, escolheu, ele próprio, como era tradição no partido conservador inglês, o seu sucessor. Designou lorde Halifax. Mas, Chamberlain queria um governo forte e sabia, por isso, que era indispensável que Churchill fizesse parte do elenco. Convocou-o e disse-lhe:

- Halifax é o melhor, mas temos necessidade de si. Aceita ser o número dois?

Churchill, por patriotismo e por dever, por essa autêntica grandeza que é a abnegação face a um interesse superior, disse que sim.

Horas depois, um homem que tinha talento, lorde Beaverbrook, magnata da imprensa inglesa, pediu a Churchill para o receber com urgência e disse-lhe:

- Não é possível! Aceitou que seja Halifax o primeiro-ministro?

Churchill respondeu que se tratava de um negócio de Estado e que não o iria discutir com ele. Beaverbrook insistiu. Churchill respondeu que não tinha outra saída. E Beaverbrook voltou à carga:

- É um crime contra a Nação! Só você poderá mobilizar a Grã-Bretanha.

No fundo, Churchill concordava com Beaverbrook. Mas objectou que tinha dado a sua palavra e que não voltaria atrás. Então, Beaverbrook disse:

- Peço-lhe, ao menos, uma coisa. Quando for convocado por Chamberlain, com Halifax, e Chamberlain lhe perguntar se confirma a sua aceitação, fique em silêncio durante três minutos. Três minutos completos. Cento e oitenta segundos, antes de dizer sim. Em nome da Inglaterra, peço-lhe!

Churchill achou isto impertinente e não viu como isto poderia mudar a situação. Mas, como tinha amizade e estima por Beaverbrook, prometeu-lhe que o faria.

No dia seguinte, Churchill e Halifax encontraram-se no gabinete de Chamberlain, na Dowing Street. Chamberlain pediu a Churchill:

- Pode confirmar, se faz favor, a lorde Halifax, que aceita fazer parte do seu governo?

E Churchill ficou calado. Passou um minuto, e Churchill continuava em silêncio. Minuto e meio depois, Churchill permanecia em silêncio. Ainda não tinham transcorrido os três minutos, lorde Halifax não aguentou, exclamou e saiu:

- Creio que é Winston Churchill que deve ser o primeiro-ministro!

O mínimo que se poderá dizer é que estes três minutos tiveram um papel da máxima importância na história da Segunda Guerra Mundial.”

Eis o poder do silêncio!

Sobre o que eu entendo que deve ser feito para tirar a Educação nacional da bancarrota, falo em livro, amanhã, às 18.30. Chama-se “O Ensino Passado a Limpo” e será apresentado por Pedro Passos Coelho. Acontecerá na Sala Porto do Hotel Tiara Park Atlantic (anterior Meridien), na Rua Castilho, 149, em Lisboa, passe a publicidade. Todos os meus leitores estão convidados e serão bem-vindos. Depois, silêncio. Até que o compreendam ou eu o quebre.

In "Público" de 11.5.2011



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domingo, 22 de maio de 2011

THE REAL AMBASSADORS 1962

Cariocas - Adriana Calcanhoto

Mulher de Fases - Parte 1 de 3 (Capítulo 06)

Mulher de Fases - Parte 2 de 3 (Capítulo 06)

Mulher de Fases - Parte 3 de 3 (Capítulo 06)

Mulher de Fases - Parte 1 de 3

Mulher de Fases - Parte 2 de 3

Mulher de Fases - Parte 3 de 3

Metrologia

Casa da Balança


Casa da Balança


Casa da Balança

Casa da Balança

Casa da Balança

Casa da Balança


Casa da Balança

Museu Museológico de Metrologia

http://87daysbefore.tumblr.com/post/5668731682

Fino



http://eramaisumfino.wordpress.com/

Connie Francis - Siboney

quarta-feira, 18 de maio de 2011

cegos de imagens

"Ítalo Calvino fala nas Lições Americanas da capacidade de convocar imagens em ausência – ausência delas, imagens, como paisagem constante envolvente, segunda natureza sempre presente - como uma qualidade que o cérebro contemporâneo estaria em risco de perder. E assentava, nessa operação específica, o que poderemos apelidar de um pilar da imaginação. Perder a capacidade de convocar imagens em ausência poderia levar, era a hipótese, à perda da imaginação. O raciocínio de Calvino prende-se com a babel de signos a que estamos permanentemente sujeitos, em que submergimos como se poderá dizer de um peixe que está cada vez mais fora de água porque à água retiram as qualidades que a possibilitam vida, mas que ao contrário deste não se move num ambiente natural mas num ambiente criado, pura poluição imagética no urbanismo desregulado da concorrência capitalista no espaço público e privado, este devastado massivamente pelos poderes publicitários dos média, guarda avançada da “ditadura consumista”. Esse universo não é constituído apenas por imagens visuais, mas por todo o tipo de imagens a elas associadas, por via acústica também, por via odorífera, e certamente pelas imagens mentais das palavras e dos próprios discursos, criando planos imagéticos e neuronais – ideológicos, induzindo comportamentos – diferentes dos das imagens puramente visuais, que se podem isolar na complexidade de signos da babel contemporânea apenas como método, pura técnica analítica, já que não é de facto possível separar o que é indissociável – as imagens são híbridas por natureza - e constituem o ar da nossa respiração mental, nosso “ouver” perpétuo. Nem os mosteiros escapam, mesmo os da reclusão total ao circuito das auto-estradas, não havendo a possibilidade da clausura como recusa do mundo porque o mundo já lá está, por todo o lado desde que nascemos, como aquilo que é, mundo desnaturalizado, cultural, quando a opção pelo silêncio e pela contemplação possam fazer-se. Mas certamente aí a imaginação, à força de meditação e de literatura religiosa, se dirige a imagens específicas, orientadas. A outra presa no cliché voa o que o peso do cliché voar, age por mimetismo induzido, aliás começamos assim a falar, mas de um modo que aí não está pré feito e é imprevisível. Não dizem as crianças antes da aculturação sensata integral “disparates” tão interessantes?

É aparentemente evidente entretanto que na babel dos signos, os signos abstractos e as convenções gráficas enquanto beleza e instrumentos de interpretação e expressão do real, não possuem essa qualidade de duplicarem a realidade - são convencionais - qualquer que seja esta e sob que forma seja, o que é apanágio das imagens visuais, já que estas vivem primeiro de uma imediata relação mimética – a foto, o vídeo - e num segundo tempo de uma relação reelaborada, essa sim linguagem, para lá da imagem que queira canibalizar.

A primeira imagem é mesmo a de um Narciso, a criança a descobrir-se no espelho, e curiosamente Marivaux, em a “Querela”, promove em laboratório dramático o modo como a percepção do rosto pelo próprio o leva, num segundo tempo, a ler nas expressões da pessoa que observa a sensação inelutável de algo profundamente agradável, descobrindo nas próprias imagens, para si, a consciência do que faz, levando esses movimentos da psique à própria descoberta da linguagem do amor como descoberta da própria humanidade – mas essa imagem, era a imagem pura de um tempo em que a paisagem não necessitava de ser protegida, nem a natureza de parques naturais.

Creio que a imaginação não tem ainda o seu mapeamento identificador, mas suponho que deverá estar ligada por sistemas neuronais complexos à consciência, à memória e fundamentalmente à superação do cognitivo e operacional, pelo prazer da criação das imagens como actividade específica das artes, o que se faz através de todas as formas materiais de invenção de ficções, sejam verbais, sejam presenciais e espectaculares, sejam cinéticas e acústicas.

Já que a máquina orgânica parece ter peças específicas para funções diferenciadas do cérebro e creio que esta, da imaginação, deve dar-se bem com várias, portanto ligada a um sistema de neurónios e a impulsos neuronais em rede, será que a tese de Calvino é menos catastrófica do que nos parecia há uns anos
?
"

fernando mora ramos



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O enterro do conceito

"O conceito era elementar em filosofia. A sua vértebra mínima, e por ela se formavam corpos de potencialidade analítica. Corpos diferentes uns de outros tal como as vértebras se corporizassem. E que diria um conceito? Uma espécie de pensamento, de apropriação de uma experiência traduzida numa formula que a trouxesse a uma evidência mental. Uma evidência portanto conceptual, que resultasse da articulação de formas de apropriação conceptual de realidades objectuais exteriores, de fenómenos e dinâmicas materiais. O conceito será lapidar, um grau de abstracção quase perfeito na revelação de algo que se possa isolar, na realidade, como experiência reconhecível, realidade objectiva, verdade insofismável. Pelo menos assim parecia ser, como por exemplo o conceito de realidade, de conjuntura, de objectividade, de determinação em última instância pelo económico, de subalternização do prospectivo crítico ao real, ao pragmático, do escravizar da alma ao corpo, finalmente tão pesada quanto ele. Assim parecem ser as coisas, isto é, aquilo que na realidade são os seus princípios ordenadores – o princípio da realidade por oposição ao princípio onírico ou utópico -, pondo as coisas na sua ordem hierárquica, submetendo a uma condição marginal, depreciada, o que são as coisas da fantasia, do desejo convertido em ficção, da fome de tudo o que não se come como substância real, materialidade palpável, pensamento que não seja rasteiro, não pensamento.

Mas o conceito veio à baila não como forma elementar do que em filosofia é o elemento mínimo de uma articulação discursiva, mas porque o conceito hoje se democratizou – massificou - ao ponto da sua prostituição, aplicável ao que for que se possa consumir, adquirir por um preço. O conceito do interior da casa, o conceito do menu, o conceito da sobremesa, o conceito de colher de mesa e de faqueiro, o conceito do que a eito é o conceito do que for, a lingerie certamente mas, menos do que isso quando isso já é quase nada, o conceito mesmo de como colocar a anca no prato da sedução publicitária mais canhota possível, aquela que leva uns a optar por uma pastilha elástica em vez da outra.

O conceito nunca desceu tanto quanto o que possa ser essa instrumentalização do conceptual como modo de vestir o que se queira vender, mais do que outra coisa qualquer que também tem direito ao seu conceito, uma nobilitação do que a mercadoria mais comezinha possa ser, uma ascensão do trivial aos céus do jet-set por exemplo, que sabemos ser um novo Olimpo, o Olimpo do negócio do kitsch com as suas boçalidades analfabetas de gosto e drama de pacotilha, tal como nos episódios sangrentos do folhetim oitocentista, tão em voga no ecrã da era televisiva e digital. Como se os conceitos fossem tamanhos diferentes de frutas idênticas de uma mesma árvore que não suporta nenhuma outra enxertia porque esgotou a sua imaginação genética.

Eu já enxertei uma maçã meio bravo de Esmolfe numa Starking e a macieira não fez a síntese, antes cada enxerto deu o que já era, contra qualquer mestiçagem. Neste caso a árvore do saber pode evoluir como uma biblioteca previsível e cada ramo seguir a sua constelação de revelações específicas de um mundo que são mundos limitados de um ilimitado horizonte – o que é uma biblioteca senão a impossibilidade de esgotar o saber?

Quando me perguntam pelo conceito das calças e me dizem que é o de ter as bainhas levantadas, ou de exibir uma cintura abaixo do umbigo, claro que entendo que o conceito se massificou e se aplica a qualquer coisa, mesmo ao que não se dá bem com ele, certamente o próprio peido, mais difícil de conceptualizar mesmo que outros odores tenham conceito. E daí o que nos vem? O que vem daí é que a vulgarização do que possa ser pensar qualquer coisa é, desde logo, rebaixado pelo facto de que qualquer coisa é conceptualizável e que portanto, o conceito, aplicado a tudo e nada, nada possa ser. E é este o problema. Nada pode revelar-se como algo perceptível se a força reveladora do conceito se tiver prostituído ao ponto de se fingir como profundo o que é apenas trivial. Quando o trivial reduz a profundidade à ditadura da sua superficialidade estamos definitivamente incapazes de sequer perceber o que andamos a fazer e de finalmente tomarmos consciência de que já não somos os mesmos, aqueles que sonharam com uma democracia que superasse as características da democracia formal, a que fala de direitos humanos apenas na lei. Direitos que, nos tempos que correm, estranhamente, são consumidos permanentemente como uma justa potencialidade de futuro a ser sucessivamente destruída como vulgaridade do que é instrumentalizado, pois a sua forma de uso retirou-lhe a substância crítica, faz parte dos póqueres de sedução mediática dos jogos de poder e maquilhagem dos poderes, que se estão nas tintas para o efeito de momento pois sabem que a seguir, outro efeito de momento virá e que o único efeito de momento relevante é o que está próximo de um qualquer acto eleitoral, momento de excepção da feira dos partidos e seus produtos, altura em que o animal político é exposto como criatura dialogal e faz acrobacias verbais mais ou menos circenses para encantar a plebe. Na realidade, a política deixou de ser a arte da governação para ser mais um território de negócios. Não há político que não tenha acções e cargos de renda, empresa privada, cadeira num conselho e de administração ou numa assembleia de poder, e mesmo os que apenas estão no negócio parlamentar não deixam de, aos olhos da massa, ser uma espécie de PME de interesse próprio e de grupo, pois a renda, mesmo com o Almeida Santos a dizer que é pouco - e o Presidente do PS sabe do que fala - é um insulto se pensado relativamente ao salário mínimo nacional. Pois de que vivem e de que vivem muito melhor que os demais se não é daí? Pois é, o conceito, na esfera da recepção, e tudo é recepção pela homogeneização do que faz a cultura hoje – não há vida fora do mercado - a esfera aquisitiva trabalhada pela generalização do publicitário como a forma específica da cultura pós moderna, significa que o poder é o poder desse negócio das imagens constante de um combate de galos de que as estatísticas são o preço de saldo em constante oscilação no mercado dos votos. Para além dos que vão sendo chutados para fora do mercado eleitoral – os que falam d o acesso a esse gesto como direito, universalidade, falam só como manual, como delegados de um clausulado abstracto – os outros ou votam por interesse ou de modo alienado, não há três vias pois todos vendem gato por lebre, mesmo os que pensam que vendem lebre por gato, mesmo os que se vendem com a marca da autenticidade sincera. Como disse o bispo Januário Torgal, só uma ruptura interessa a Portugal.
"

por - Fernando Mora Ramos

Papel de embrulho com peluche no laço

"As crianças, nas suas visitas de estudo, poderiam conhecer o mar, a pesca, os Jerónimos, a Serra da Estrela, etc., e poderiam mesmo conhecer outras coisas, como o interior dos interiores junto às casas mortas das aldeias da pura memória, as famílias solitárias, a árvore mais antiga de Portugal, o ruivaco de regresso à ribeira de Alcabrichel, a vaca açucarada das Caldas, o rio Homem, as falésias da costa vicentina, as Terras de Suão, as vinhas do Douro, o montado alentejano, o porco preto e o porco da farinha de peixe ou lá o que lhe derem para engordar, a aquicultura e a pesca à linha, a lagoa de Óbidos, o vinho dos mortos e as invasões francesas no seu sítio, A Dos Francos, o silêncio que resta no interior mais interior do último arvoredo português cercado de eucaliptos e tantas outras coisas vitais que nenhuma folha A 4, nem A 3, nem a própria alcatroada A OITO, nem um romance de duzentas páginas de títulos possíveis de ficções poderiam conter. Poderiam conhecer coisas muito diferentes. Mas agora o que se passa é que as crianças fazem visitas de estudo a centros comerciais e têm aulas de como comprar e vender coisas e pessoas, pernas de pessoas da bola biqueirada e cabelos e unhas assim e assado e como encurtar ou aumentar o nariz, formas de desenhar as partes íntimas e piercings de pendurar nos artelhos para dar nas vistas aos artelhos adversários na competição global, pois tudo se aprende para sermos competitivos e exportar como diria o professor Cavaco, o que der para exportar, até a avó claro, uma avó de qualidade, competitiva. Numa outra vertente, as nossas crianças, têm também aulas de novela, de como consumir outros que, deste modo, muito maus ou muito parvinhos, são tão descartáveis, ou menos, que o urso de peluche, pois esse não discorda, só abre o corpo ao abraço, nem urrando, pois as pilhas, logo gastas, esgotaram-se no tempo de um abraço apertado, sem medida calibrada. É isto, segundo os analistas psicólogos e sociólogos e mesmo engenheiros, mais os opinian makers TVvisíveis – os do fazer o pino opinativo -, que se passa hoje em dia: a transposição dos afectos, antes humanos entre humanos, para os animais de estimação vivos humanizados pela nossa capacidade de os ficcionar e pelos beijinhos pedagógicos nas babas diversas, pois os animais mortos, os de peluche, não satisfazem o afecto predador dos miúdos e dos que, adultos, ficaram adolescente e infantes – o adolescente retardado abunda e o sempre infante também (conheço alguns que já vão nos sessentas e são responsáveis e estimados pela sociedade como seres pensantes e relevantes apesar de às escondidas namorarem o bibe e terem muitos cd’s para fazer castelos como com legos - este tipo humano espalha-se como uma nova fé no Império das famílias hiper-protectoras). Os miúdos gostam de apertar muito o bicho vivo e não o morto, pois este não responde e portanto não é interactivo e não o sendo não é pedagógico, num abraço que, por vezes, é de urso e nada de peluche. Estes bichos vivos, que se vendem em lojas da especialidade – nunca vi tanta passarada em gaiolas e tanta selva a morrer - já passaram há muito a soleira da porta e ocuparam no leito o lugar do parceiro ou parceira. Muita gente gostaria de ser bicho de estimação e uma grande parte desta gente que tem esse desejo gostaria mesmo de atingir o estatuto do gato de divã, esse animal que faz a psicanálise à dona, ou dono, com o seu ronronar inteligentíssimo e que depois, num gesto de cumplicidade sadomasoquista arranha a dona nos pontos conhecidos da acupunctura para lhe expulsar o tóxico stress erótico pelas narinas, por onde também saem certas alergias primaveris – o erotismo, que é uma prática e não um acidente, exige alguma escola e que, ao mesmo tempo, se não perca a inocência do primeiro impulso, tudo com muita blindagem por causa das bactérias e dos vírus e das contaminações. É o próximo passo talvez, o casamento entre espécies diferentes, por exemplo entre um camelo e um habitante das beiras, ou entre dois camelos com bossas diferentes, ou entre um camelo estúpido e um dromedário inteligente, ou entre uma iguana e duas vanessas, ou entre dois camaleões em regime de beliche por acoplagem com dois furões em extinção mais que havida, tudo na mesma toca de 4 assoalhadas e quatro camas de casal para sexo rotativo em digressão doméstica – como nos rodízios brasileiros, essas manjedouras amazónicas -, ou mesmo entre um lagarto, uma pomba e um gambozino, casamento nocturno como as composições do Chopin para depois dos sóis postos, ou mesmo entre dois caniches que tenham frequentado o colégio alemão e um rotvailer que tenha andado no francês, ou para finalizar esta listagem aberta, entre um Sócrates que ladre inglês técnico e um conselho de administração qualquer que fale estatística e em que faça de centro de mesa um Coelho, por exemplo – isto não é ironia sobre os casamentos gay, que é uma conquista maior que Abril como qualquer Sócrates dirá, é sobre o casamento apenas, esse selo de afecto carimbado pelo institucional que mata o passional embrulhando-o numa expressão legal e em supostos direitos, que correspondem a deveres e situações de auto castração das liberdades libertinas e outras, que obrigam a modos de vida estritos e que são muito bons para a nossa sociedade de mercado, para a família e para a santa casa que, como sabemos, põe esta gente toda a comprar lotaria na porta da desgraça, à entrada do tsunami de serviço ao esbulho a que nos sujeitam, nós filhos bastardos da Europa, essa Puta e do FMI, esse proxeneta. Os nossos netos, o futuro, os nossos filhos, o futuro, agradecem em nome dos afectos e da dívida que carinhosamente a sociedade do hiper-consumo massivo constrói com denodo, gentileza sorridente e muitos embrulhos, os mais criativos que se possam imaginar. Somos aliás o primeiro produtor mundial de papel de embrulho e laços, e vamos exportar o mais que pudermos para sair da crise para uma nova crise tão boa como esta que tem muitos centros comerciais."

Por: Fernando Mora Ramos

Mediocridade, partidocracia, mérito e democracia

"A mediocridade não tem obra, suga a alheia. Não é uma identidade activa, prospectiva, é aquela forma sem vértebra, hábil em mexer cordéis que a pessoa do oportunista ou instituição manobram nas águas turvas de um caminho que se trilha sem sobressaltos, de modo garantido, fermentando o bloqueio dos processos, sacaneando o parceiro, o outro ou outra entidade, e disso colhe o que procura como lucro privado e íntimo – o medíocre é perito na oportunidade, é oportunista, e não concorre com o outro pela qualidade da coisa pelo jogo da alternativa, o medíocre corre com o outro pela via do bastidor, do truque, é chico-esperto. Ele é o pilar da imobilidade e na imobilidade tem a sua renda – nada melhor que um deslize dos prazos das obras, que um reajuste orçamental, que um poleiro inútil, pouco visível e pago em senhas de presenças, viatura, refeições, horas fora de horas, salário directo no NIB, férias, prémios de desempenho pela invisibilidade competente, etc.; nada melhor certamente que a criação necessária de uma Fundação desnecessária, que uma comissão que se prolonga por objectivos não atingidos e plena de reuniões não realizadas, nada melhor que fingir na simulação bem urdida a mudança para que tudo fique na mesma. Ele é o filho-da-puta de que fala o Alberto Pimenta, aquele do discurso que se cola à ocasião que, não o obrigando a nada, o mantém à tona garantindo-lhe as benesses tramadas ocultamente e fazendo fluir o pequeno e o grande tráfico em que está envolvido.

A mediocridade não produz riqueza, é improdutiva, porque justamente na média apenas se concretiza o que a inércia concede e não aquilo que, inventado – sair da crise é invenção e não aplicação de receitas anteriores -, o futuro necessita: a tal riqueza própria criada que, investida em democracia, poderia viabilizar um país livre e não uma bagunça descoordenada em que justamente reinam os mais medíocres, daqueles que também ganham as eleições porque espelham um desígnio da média que vota na média e da bagunça que é seu habitat – o ambiente em que as coisas crescem como viroses, doença ideológica conformista, é o habitat da política portuguesa que, sem verdadeiras rupturas, não encontrará respostas saudáveis ao que tem de enfermo. Os medíocres adoram as águas turvas e nesta opacidade ambiente prosperam, nada melhor que manobrar em lugar oculto, em estranhas associações, em reuniões de três e de cinco, em plataformas negociais de interesses privados de grupo, aí residindo o espaço de decisão dos verdadeiros poderes. De um espaço a outro o medíocre faz o seu caminho. Da loja para o grupo, do grupo para o partido, do partido para o voto concelhio, do voto concelhio para o geral. Da eleição para o cargo na empresa, da empresa para o Ministério e vice-versa, assessor, administrador, consultor, executivo de topo, chefe de gabinete, membro de conselho de administração com cargo não executivo, director-geral, presidente do conselho de administração, secretário de Estado, accionista anónimo de capital saqueado por via habilmente legalizada, predador imobiliário e mesmo usurário: eis os meandros. Quantas donas Brancas não singraram com o aval das instituições mais supostamente sérias, ungidas de auréola moral e de auréolas de outro tipo, religiosas e a da infalibilidade tecnológica aliada a uma competência que nunca se traduz em melhoria, nem em resultado palpável, nem tem dimensão humana?

Será a democracia, a democracia do voto? Não, não é. Porque mais de metade da população não vota, isto é, mais de metade não reconhece esta democracia como uma democracia e nela não se faz representar. Como um corpo sem as patas de trás, com meio pulmão e um coração mecânico que se arrasta para uma debilidade cada vez maior. Se aos que não votam se juntarem os votos brancos e nulos há uma vasta massa de criaturas fora do sistema que, na realidade, não vota na média e que portanto não se identifica com a mediocridade instalada, mesmo que o sistema em que reinam os que fazem da média o seu poder os caracterize como desistentes, irresponsáveis e outros epítetos. Estes fora do sistema não são necessariamente a maioria silenciosa do medíocre Spínola, nem a massa amorfa dos supostos absentistas do voto, nem são tão diferentes de uma grande parte dos que votam e que o fazem sem opinião, por puro mimetismo ou empurrados por terceiros, mesmo obrigados e alguns levantados da cama quase mortos para a ela voltarem para expirar sem a paz merecida depois da cruzinha preenchida no cacique mais ou menos familiar.

Os que não votam são mais do que os epítetos que lhes querem colar à pele e são muitos, são a maior maioria e uma maioria feita de imensas diversidades – é um estudo por fazer e ninguém o faz, menos ainda os sociólogos, estes teriam de ir para o verdadeiro terreno e constituir equipas esforçadas e persistentes, mais do que manipular segundo as circunstâncias amostras ditas paradigmáticas ou dados estatísticos mais que suspeitos a favor de teses que são anteriores à própria investigação para confirmarem os seus estudos académicos nada experimentalistas. Estas zonas por investigar, estes buracos negros da democracia, continuam cuidadamente fora de ser objectos de investigação, e portanto nas profundezas do ignoto por razões obviamente do sistema que só tende à reprodução das malformações convenientes a quem o estrutura laboriosamente nos limiares promíscuos da relação entre público e privado.

Os que não votam são, seja como for, a prova de que a democracia dos medíocres não os consegue convencer a que votem, trinta e tal anos depois, ou de que nem lhes chega o desejo de votar sequer através da voz institucional e massificadora do direito de votar – os partidos também não saem de votações baixas, vistos os números -, o que significa que há quem esteja fora do sistema por precariedade total e que por essa razão, que esta democracia não combate de modo que a aprofundasse, nem sequer acede ao voto, mesmo perante o proclamado direito a saltar-lhe em frases publicitárias frente aos olhos cegos – no país da estatística somos não sei quantos alfabetizados, até licenciados - cujos canudos se adquirem na versão de Bolonha como produtos brancos de supermercado - mas no país real somos maioritariamente iletrados e incapazes de criar riqueza libertadora.

Nos partidos abundam os fiéis que apenas fazem número, mesmo que nos partidos exista um potencial de transformação dos próprios partidos justamente junto dos que são apenas os marginalizados seguidores não fiéis. Os partidos praticam o simulacro da pluralidade mas são partidos cujos eleitores votam os secretários gerais em votações na casa dos noventa por cento, à moda das tradições de homogeneidade acéfala que conhecemos. Dos outros, dos elementos dos partidos e seus aliados ditos independentes, directamente sistémicos, há que indagar quantos agem pelo interesse geral e com que competências. Quantos parlamentares produzem de facto matéria legislativa? Quantos intervêm? Que qualidade tem o material produzido? Quem fala disso ou analisa isso? Quantos têm posições próprias, reflexão sobre as matérias que supostamente conhecem? Ensaios, estudos, análises? Não basta ser capaz de levantar o braço, nem basta ser capaz de reproduzir um discurso que o chefe proferiu antes. Cada deputado deveria ser um partido para quem o elegeu, o verdadeiro representante da categoria glocal – global e local -, como diria o Marc Augé.

À verdadeira escola, à verdadeira cultura, não escaparia a tal criação de riqueza que libertaria o país, o que não é apenas uma conversa de crescimento com uns quantos algarismos percentuais para satisfação de cabeças estatísticas. Porque a essa escola só pode corresponder uma cultura – resultado também da escola estética, da prática e fruição das formas de conhecimento específicas desses discursos fundamentais - da qualificação constante com incidência económica, no quadro de uma política do mérito eleita como regra democrática e ambiente crítico - o respeito desta formulação colocaria que percentagem da actual classe dita política no desemprego, ou no devido emprego?

Assim sendo, uma maioria de portugueses não vota por estar fora desta democracia e por não reconhecer na lógica representativa, tal como é praticada e manipulada, uma verdadeira dignidade e verdade de representação, sentem-se exteriores ao sistema, excluídos da política como ela é praticada pelos que se auto-nomeiam políticos e pelo sistema que também os nomeia desse modo. A delegação de interesses num suposto grupo de pessoas proposto por partidos e que é escolhido dentro dos partidos por uma via absolutamente privada – são associações privadas com vocação pública, o que não significa representação do interesse público – para ulteriormente ser ungido pelo voto da eleição geral, é um mecanismo que na realidade funciona de modo corporativo e segundo interesses que não respeitam a representação mas que, pelo contrário, são expressão de formas de desenvolvimento de tráfico dentro dos partidos e entre as capelas partidárias e as empresas e também de outros interesses, nomeadamente salariais e de cargos – o cargo de deputado europeu o mais ambicionado, claro. Fora deste esquema não há verdadeiramente partido algum, já que nos partidos que apenas acedem aos poderes públicos e não aos poderes empresariais e financeiros, o mecanismo interno de selecção de candidatos e de acesso aos poderes internos deixa muito a desejar e não procede de modo que funde competências político técnicas, nem paradigmas de funcionamento interno democrático capazes de gerar trabalho e obra como dedicação ao país e ao planeta. Os candidatos não são sujeitos a critérios de verdadeira exposição e combate democráticos, são objecto de listagens e de lutas de lugares, de hierarquias, sendo raro o espaço de uma verdadeira pluralidade de opinião e posicionamentos geradora de dinâmicas não dirigidas de modo dirigista e resultados de lógicas mais que de antagonismo de conjuntura. O trabalho lento, diverso e íntegro de um verdadeiro projecto concreto de alternativa futura não surge com a consistência da projecção possível na prova prática, há programas de partidos totalmente indigentes e ainda mais sectores da realidade ignorados nos próprios capítulos que se lhes dedicam. O caso da cultura é paradigmático e nunca nada se diz sobre as políticas do património, dos museus, da língua, das artes plásticas, do cinema, do audiovisual, do teatros, das artes performativas em geral, da criação, da internacionalização, do livro, da divulgação e animação culturais, da inscrição no território das estruturas de criação como componentes da identidade contemporânea nacional e do espírito de tradição universalista europeu, da articulação entre as artes como profissões e os ensinos como um caminho para lá se chegar, etc., nunca nada se diz sobre a importância dos clássicos, mas finalmente fazem-se declarações pomposas sobre as potencialidades económicas de Pessoa como marca e do inglês técnico para nos abrir a porta do paraíso. Nenhum partido tem dentro de si uma verdadeira capacidade de experimentação do futuro e lamentavelmente nenhum deles desenvolve na sociedade civil um verdadeiro campo de experimentação social em antecipação do que de facto desejaria desenhar como futuro, mesmo de um modo apenas “apontado”, a partir da própria realidade organizativa interna partidária e adjacente. O decréscimo de forma organizativas próprias de modelos de sociabilidade democráticos, tais como as mutualistas, as formas cooperativas e autogestionárias, as universidades populares e outras formas organizativas de livre iniciativa – organizações privadas sem fins lucrativos – são hoje em dia, no todo social, formas residuais ou de entretenimento terapêutico/social, e mesmo os sindicatos não se desenvolvem verdadeiramente como um vasto campo de cultura alternativa sob formas organizadas socializadoras, para além do combate político no estrito sentido da oposição ao poder governativo de um modo muitas vezes apenas como contraponto mecânico, puramente reactivo e não autonomamente activo e livre, potencia de futuro.

Os partidos, para serem partidos que representassem o interesse geral teriam de, no plano interno, funcionar de forma abertamente democrática e segundo as leis gerais da exposição e do debate abertos. Seriam casas do exercício da política como ciência pública da governação do que é comum. Uma organização não pode ser parcialmente oculta no seu modo de vida associativo privado e reivindicado como tal como ideal para si mesma e depois, em condições determinadas, representar o interesse nacional e geral. É uma contradição nos termos, uma impossibilidade. Os interesses representados para serem gerais não podem gerar-se nas micro estruturas de simbioses identitárias, de fulanizações humoradas e de pequenos interesses, os interesses imediatos dos próprios. Os partidos são geridos por lideranças e o seu sistema de voto interno é, como se sabe, manobrado ao ponto de existirem dentro dos partidos formas de tráfico dos cargos a que se candidatam, inclusive sabendo-se de candidatos que pagaram para serem candidatos a determinados cargos.

Claro que os partidos se podem organizar como quiserem e fazer as reuniões que entenderem como entenderem, mas não podem, por essa via da sua vida interna, reivindicar uma legitimidade de representação do interesse geral. Ao interesse geral só pode corresponder uma identificação absoluta com o que ele é e isso significa, para além de exposição clara às regras da democracia transparente, que os cargos públicos a que se candidatam, parlamento e governo, não deveriam ter, nem corresponder, a nenhum tipo de privilégio nem de salário elevado, mais elevado que o comum dos mortais – o combate dos partidos nunca seria, deste modo, por nada que o comum do cidadão não pudesse fruir e almejar pelo seu trabalho normal. O verdadeiro representante do interesse público não deve estar acima dos seus concidadãos quanto a meios de vida, nem gozar de nenhum tipo de privilégio.

A democracia não se coloca estas questões porquê? Pela simples razão de que é um sistema que serve apenas directamente parte dos que votam, mais ou menos, e os partidos que são proprietários da democracia – é uma democracia para os partidos e não para o interesse de todos. O interesse de todos está longe de poder ser representado pelos partidos e por isso a democracia é muito mais do que os partidos são, embora o sistema remeta para estes o exercício do poder político de uma forma absolutamente imperfeita para aos tempos que correm. A necessidade de encontrar formas pós partidárias de representação do interesse geral está em cima da mesa e é de uma urgência vital. O que acontece na realidade está para além do que os partidos podem e são. Outras formas de exercício do poder dos cidadãos são necessárias de modo a que a inscrição da participação dos cidadãos na vida colectiva se faça como a crise o exige. Ainda recentemente o provou a manifestação da “geração à rasca” cujo primeiro resultado é o da superação da própria condição geracional em que surgiu, o que é um sinal extraordinário de possibilidades futuras. O potencial de mudança da força surpreendente que ali emergiu não encontra formas de participação adequadas à sua própria força de mudança. A sua força de mudança corre o risco de se esgotar no nada.

Num sistema democrático estes sinais de presença e de actividade positiva política encontrariam os seus mecanismos de inserção dinâmica, transformadores, canais abertos á participação e neles os qualificados, os mais capazes e com provas dadas, obras de transformação criativas, seriam reconhecidos pelo mérito do que realizam e por essa via eleitos como líderes de projectos, como mais capazes, como líderes sociais. Mais que uma campanha eleitoral o que deveria guindar alguém a eleito seria a sua obra, ter realizado mudança, coisas palpáveis, ser um criador de formas de liberdade e qualificação da vida dos outros e da riqueza comum."




Fernando Mora Ramos
via

terça-feira, 17 de maio de 2011

Louçã vs. Passos Coelho: Troika, renegociação da dívida e despesismo do ...



No frente-frente entre Francisco Louçã e Passos Coelho, estiveram em destaque a incompetência do acordo com a troika, a renegociação da dívida e os exemplos de despesismo do único governo do PSD, na Madeira.

José Luís Peixoto: É o povo, pá!



http://emapretoebrancoouacores.blogspot.com/

Era - Gregorian



http://maravista-anamar.blogspot.com/

Junto à água

Junto à água


Os homens temem as longas viagens,
os ladrões da estrada, as hospedarias,
e temem morrer em frios leitos
e ter sepultura em terra estranha.
Por isso os seus passos os levam
de regresso a casa, às veredas da infância,
ao velho portão em ruínas, à poeira
das primeiras, das únicas lágrimas.

Quantas vezes em
desolados quartos de hotel
esperei em vão que me batesses à porta,
voz de infância, que o teu silêncio me chamasse!

E perdi-vos para sempre entre prédios altos,
sonhos de beleza, e em ruas intermináveis,
e no meio das multidões dos aeroportos.
Agora só quero dormir um sono sem olhos

e sem escuridão, sob um telhado por fim.
À minha volta estilhaça-se
o meu rosto em infinitos espelhos
e desmoronam-se os meus retratos nas molduras.

Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
Anoitece em todas as cidades do mundo,
acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
onde o meu coração, falando, vagueia.




De, "Um Sítio Onde Poisar a Cabeça"



Manuel António Pina




http://www0.rtp.pt/play/#/?tv%3D64%26fbtitle%3DRTP Play - RTP N%2C emissão online em direto%26fbimg%3Dhttp%3A%2F%2Fimg0.rtp.pt%2Fmultimediahtml%2Flogs%2FRTPN.jpg%26fburl%3Dhttp%3A%2F%2Frtp.pt%2Fplay%2F%3Ftv%3D64


Um animal de pele branca, imaculada

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlhyphenhyphen-LoDoXLVyBs6iUon5N6bL7FzJDwc13xY1Fu-ojXGGnF9KcC7UuZsPiScvgmhRflvlQFpwmtETP4asaCr3vca93legJKQmNhHgzU5oF0UtiLB3b22quFDS9EzHYjEKepOEcMekFu5B1/s1600/GreekwomanB.jpg


http://nadanientenadaniente.blogspot.com/2010/11/o-animal-imaculado-antes-de-ser-poluido.html


INSPIRAÇÃO

Inspirational Artists: Pascal Campion from Onyx Cinema, Inc. on Vimeo.




http://vimeo.com/13387502


via
http://www.ingridsink.blogspot.com/


http://www.psychologicalscience.org/

Lunatone

poema ambicioso

se eu ladrasse gemesse ou uivasse em vez de falar
ninguém me levaria a sério ou levavam-me a sério
de maneira errada e ofensiva por isso deve ser por


isso que por vezes passo muito tempo sem dizer
nada o silêncio é discreto ninguém dá por nós podem
limpar-nos o pó da cara e das pernas porque nos


confundiram com a cómoda no canto do quarto e
não tem importância nós ficamos imobilizados
como uma estátua para não os assustar não vale


a pena perturbar-lhes a rotina e se nesse momento
ladrássemos havia de ser engraçada a reacção não
posso evitar tive de me rir ao imaginar a cena se


eu soubesse cantar ou tocar piano também podia
falar sem usar a garganta a boca a língua mas se
tocasse flauta já seria diferente quando me dou


ao trabalho de pensar um pouco descubro coisas
interessantíssimas acontece-me quando aquilo
que designo por inspiração ou ímpeto criativo


me abandona não será curioso claro que é curioso
contribuir para denegrir aquilo a que alguns
ingénuos ainda designam por poesia e que lhes


dá tanto trabalho e tantas emoções fabricadas
na oficina em que cinzelam sem descanso as
peças de oiro que acabarão no fundo de um


armário antes de serem definitivamente enviadas
para a lixeira municipal mais próxima denegrir a
poesia a literatura nem sequer me diverte na


verdade o projecto é muito antigo o que acontece
é que eu nunca tinha tido coragem de ir tão longe
distante da pátria dos escritores dos legisladores


de meia dúzia de tolos tontos que se tomam por
especialistas da literatura e pensam que alguém
lhes presta atenção a minha liberdade é total o que


eles dizem o que eles pensam nem sequer chega ao
meu conhecimento a maior parte das vezes e quando
chega não me merece grande atenção como dizia


no início se pudesse ladrar uivar gemer e até tocar
piano ou oboé a situação mudava radicalmente
só que embora me importe pouco o que possam


pensar do que eu faço a maior parte das pessoas
não tenho competência suficiente em nenhuma
dessas artes daí o meu silêncio quando se esvai


aquilo a que chamo a inspiração o ímpeto criativo
a minha sintaxe desconjuntada não me leva a lado
nenhum bem sei mas se escrevo provo que existo


não abandono o lugar que é meu a ninguém oh não
se alguém o quer ocupar empurre-me rasteire-me
insulte-me tente assassinar-me daqui não saio

J Camilo
via

http://nadanientenadaniente.blogspot.com/


http://www.ovni.org/

provincialismo e carros fixes
[...]

Num dos dias entrei no perímetro do Centro de Congressos do Estoril dentro de um belo carro, um Mercedes descapotável último modelo. Antes de tentar entrar na faixa de rodagem destinada ao parque de estacionamento reservado, precipitaram-se sobre mim, e o carro, vários polícias com sorriso e postura amável que indicaram a direção com grande espírito de serviço e boa educação. Em seguida, vários jovens de fatinho ofereceram-me o dístico de Parque, que me incluía no grupo dos eleitos, e instruções, sorrisos, senhora doutora para aqui e para ali, ocupando-se de me arranjar um lugar e de me ajudar a estacionar ao lado dos outros Mercedes e BMW. E nem era eu quem guiava. Ninguém me perguntou o que ia fazer ali ou se tinha direito a parque reservado. No dia seguinte, entrei no mesmo perímetro reservado ao volante de um velho Twingo com o dístico ‘dos eleitos’ bem à vista. Os polícias mandaram-me logo parar com ar carrancudo quando tentei avançar para o parque, apesar de ter o dístico bem colocado. Onde é que pensa que vai? Disse onde é que eu pensava que ia. Um jovem carrancudo, olhando o dístico do carro com reservas, foi buscar uma lista e perguntou-me se estava ligada a alguma instituição. Consultou a lista, olhou para o carro, consultou o colega, e comecei a passar-me. Já tinha mostrado uma identificação, um cartão com uma fita a atestar que era speaker, ele continuava a procurar um modo de me expulsar do reservado. Disse que ia apresentar o último orador, Mohamed El Baradei. Não se deixou impressionar. Aí, um dos outros subitamente baixou a cara para me olhar bem e reconheceu-me. Tudo mudou. Disse-me logo para passar. Outro polícia carrancudo olhava para aquilo com desconfiança. Lá entrei no parque. Ninguém me ajudou ou arranjou um lugar de estacionamento.
Este pequeno filme português também podia e devia ser apresentado não aos finlandeses, mas a todos os portugueses. É o traço comum do nosso subdesenvolvimento. Os pobres curvando a espinha e tirando respeitosamente o chapéu da cabeça perante os fidalgos da casa mourisca. E, para ser rico, neste país, basta ter um bom carro. É símbolo do status. Não admira que não haja empresário pato bravo que não queira ter um Ferrari Testarossa. Se eu entrasse de Aston Martin não era eu que apresentava o Baradei, era ele que me apresentava a mim, segundo a ontologia daquelas cabecinhas dos jovens de fatinho que pululavam. O fato de Francisco Fukuyama, por acaso, era dos mais amachucados. Se entrasse com ele no Twingo punham-nos fora.
[...]


Crónica: A mentalidade do criado, Clara Ferreira Alves

O Último a Sair - Apresentação de Bruno Nogueira

Ultimo a Sair - No jardim

"Último a Sair"



"Último a Sair é uma série de ficção de 24 episódios, cujo conceito se baseia em reality shows. A cada semana será "expulso" um concorrente/ator, até se definir um vencedor no último episódio. Pretende-se recriar com o maior realismo possível as situações características deste tipo de formato, fazendo crer ao espectador que aquelas pessoas estão mesmo fechadas numa casa que é vigiada 24 horas por dia. Exemplos de situações características: as idas ao confessionário, o dramatismo a cada expulsão dum concorrente, as conversas sobre temas banais, as discussões, as intrigas e os grupos que se vão formando e criando estratégias para ganhar. Tudo será feito como se de realidade se tratasse: os atores utilizarão o seu nome próprio, mas a personagem será criada em função de cada um desses atores. Apenas o nome dos atores será o real, tudo o resto será ficcionado. Esta série de humor resultará dum misto de guião e improviso. Este programa divide-se em dois blocos, tendo um apresentador que conduz as galas semanais onde o público vê o resumo do que se passou no Último a Sair durante a semana, e um programa durante a semana onde os concorrentes/atores nomeiam os seus colegas, que depois serão expulsos na gala semanal."

Bons momentos de entretenimento sobre o mundo dos programas ditos da "vida real
"


O UAS é uma série de 13 episódios, cada episódio inclui gala de 1h +compacto da semana ao domingo e especial confessionário/nomeações de 20 m à terça.

O Último a Sair ( RTP1 ) 3 Episódio - 15 / 05 / 2011 ( Parte 3 de 5 )

O Ultimo a Sair_Rtp1_2º Programa_Domingo_15-05-2011_ ( Parte 2 de 5 )

O Ultimo a Sair_Rtp1_2º Programa_Domingo_15-05-2011_ ( Parte 1 de 5 )

Jorge Drexler - Todo se transforma (video clip)

domingo, 15 de maio de 2011

Sem se Ver




http://sem-se-ver.blogspot.com/

Guerra Peixe




http://www.guerrapeixe.com/

Poema em linha reta - Osmar Prado



Poema em linha reta

Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.




Os versos acima, escritos com o heterónimo de Álvaro de Campos, foram extraídos do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética", Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 418.

500 Days of Summer - Official Full Length Trailer

The xx - Crystalised

sexta-feira, 13 de maio de 2011

notícias




http://sicnoticias.sapo.pt/video/#videoPlayer_Top

Devotchka The Alley

Kings Canyon





Esta excelente apresentação pode ser de muita utilidade para perceber quão úteis são as ferramentas do Google para a educação.

https://docs.google.com/present/view?id=0AV_Pgq_ZxwvSZGR3d3FxNnRfMjJnN3Jtc2pnaw&hl=en&ndplr=1&pli=1

Hello!

Primavera




http://www.mixpod.com/social/2011/04/indie-playlist

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 2

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 3

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 4

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 5

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 9

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 8

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 10

Beleza Americana ( Dublado ) - Parte 12 ( Final )

Bob Marley - "Is This Love"

quinta-feira, 5 de maio de 2011

"A Importância do Sermão da Montanha"

"A Importância do Sermão da Montanha", com Luiz Pretti Leal from Carlos Pretti on Vimeo.



"Trata-se de uma síntese do maior ensinamento de Jesus, para nos libertar da ignorância e sofrimento."

http://vimeo.com/20663158

Martin Luther King, Jr

“I mourn the loss of thousands of precious lives, but I will not
rejoice in the death of one, not even an enemy. Returning hate for hate
multiplies hate, adding deeper darkness to a night already devoid of
stars. Darkness cannot drive out darkness: only light can do that. Hate
cannot drive out hate: only love ca...n do that.”

— Martin Luther King, Jr."

Rocky Mountain High: John Denver

Bram Stoker's "Dracula" for the iPad from PadWorx

bandeiraaovento

http://blog.smashwords.com/


http://aprillhamilton.blogspot.com/


http://bandeiraaovento.blogspot.com/

Strickland Gillian

ler



"You may have tangible wealth untold; caskets of jewels and coffers of gold. Richer than I you can never be. I had a mother who read to me."
Strickland Gillian

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tensanke - Congolal (Every Day a story 4)

Memorando – em Pt


POLÍTICA FISCAL




Objectivos:

Reduzir o défice do governo para baixo de 10068ME (equivalente a 5.9% do PIB baseados nas projecções correntes) em 2011, 7645ME em 2012 (4.5% do PIB) e 5224ME (3% do PIB) em 2013 através de medidas permanentes de alta qualidade e minimizando o impacto da consolidação nos grupos mais vulneráveis; Trazer o governo para um rácio de dívida para o PIB num caminho descendente; Manter a consolidação fiscal no médio prazo até se chegar a uma posição orçamental equilibrada; suportar a competitividade por meio de ajustamentos à estrutura fiscal neutros em termos de orçamento.




Política fiscal em 2011
1.1. O Governo conseguirá um défice geral de não mais de 10068ME em 2011.

1.2. No resto do ano o governo vai implementar rigorosamente a lei do orçamento para 2011 e as medidas de consolidação fiscal adicionais introduzidas antes de Maio de 2011. O progresso será aferido contra os tectos trimestrais (cumulativos) definidos no Memorandum of Economic and Financial Policies (MEFP), incluindo o Technical Memorandum of Understanding (TMU).



Política fiscal em 2012
1.3. Com base na proposta que irá ser desenvolvida na primeira auditoria, o orçamento de 2012 vai incluir a recalibração neutra do sistema de impostos com vista a baixar os custos do trabalho e aumentar a competitividade (em Outubro de 2011).

1.4. O governo atingirá um défice geral de não mais de 7645ME em 2012.

1.5. Ao longo do ano o governo irá, rigorosamente implementar a lei do orçamento para 2012. O progresso será aferido contra os tectos trimestrais (cumulativos) definidos no Memorandum of Economic and Financial Policies (MEFP), incluindo o Technical Memorandum of Understanding (TMU).

1.6. As medidas seguintes serão definidas na lei do orçamento de 2012 (4ºT-2011), a menos que especificado em contrário:




Despesa:

1.7. Vão-se eliminar de redundâncias na administração pública, fazer a redução e eliminação de serviços que não representem um uso efectivo do dinheiro público. O estado vai elaborar os planos que serão submetidos a apreciação. As medidas a implementar, de uma forma genérica serão: [parágrafo para rever]

i. Reduzir o número de serviços mantendo a qualidade de provisionamento;

ii.Criar um único gabinete de impostos, promovendo a partilha de serviços entre as diversas partes do governo;

iii. Reorganizar os governos locais [municípios?] e o fornecimento de serviços da administração central ao nível local;

iv. Fazer a avaliação do valor em termos de dinheiro dos vários serviços públicos que fazem parte do sector do governo de acordo com a definição das contas nacionais;

v. Promover a mobilidade dos trabalhadores nas administrações centrais, regionais e locais;

vi. Reduzir as transferências do estado para corpos públicos e outras entidades;

vii. Revisão dos esquemas de compensações e beneficios nos corpos públicos e nas entidades que independentemente definem os seus esquemas de remuneração;

viii. Reduzir os subsídios aos produtores privados de bens e serviços.

1.9. Assegurar que os salários agregados do sector público como percentagem do PIB diminuem em 2012 e 2013:

■Limitar as admissões de novos funcionários na administração pública para se conseguir reduções anuais em 2012 a 2014 de 1% por ano no pessoal da administração central e 2% na administração local e regional;
■Congelar os salários no sector do governo em termos nominais em 2012 e 2013 e constranger as promoções;
■Reduzir o custo geral orçamentado dos esquemas de saúde para os empregados do governo (ADSE, ADM e SAD) baixando a contribuição do estado e ajustando a abrangência dos beneficios de saúde, com poupanças de 100ME em 2012.
1.10 – Controlar os custos no sector da saúde com base em medidas detalhadas mais abaixo no item “Sistema de Saúde”, conseguindo poupanças de 550ME;

1.11 – Reduzir as pensões acima de 1500E de acordo com a progreção aplicada aos salários do sector público em Janeiro de 2011 com o objectivo de conseguir poupanças de 445ME;

1.12 – Suspender a aplicação de indexação de pensões e congelar as pensões, expcepto para as pensões mais baixas, em 2012;

1.13 – Reformar o seguro de desemprego com base em medidas detalhadas mais abaixo no item “Mercado de trabalho e educação”, produzindo poupanças a médio prazo de 150ME;

1.14 – Reduzir as transferências para as autoridades locais e regionais em pelo menos 175ME com vista a ter também este sector a contribuir para a consolidação fiscal;

1.15 – Reduzir os custos noutros corpos públicos e entidades em pelo menos 110ME;

1.16 – Reduzir os custos em empresas públicas com o objectivo de poupar pelo menos 550ME, por meio de:

i. Conseguir uma redução sustentada média dos custos de operação em pelo menos 15%;

ii. Aperto dos esquemas compensatórios e dos benefícios;

iii. Racionalização dos planos de investimento para o médio prazo;

iv. Aumento das receitas.

1.17 – Reduzir de forma permanente as despesas com capital em 500ME através da priorização de projectos de investimento e fazendo um uso mais intenso das oportunidades de financiamento dos fundos estruturais da UE.



Receitas:

1.18 – Aplicação de uma regra de congelamento dos gastos do estado, bloqueando a criação de novos custos e o aumento dos correntes. Esta regra dever-se-á aplicar a todos os tipos de gastos, quer de natureza temporária quer permanente, aos níveis centrais, regionais e locais.

1.19 – Redução das deduções aos impostos das empresas e dos regimes especiais com um resultado de pelo menos 150ME em 2012. As medidas incluem:

i. Abolição de todos as taxas reduzidas de imposto sobre empresas;

ii. Limitar as deduções de perdas idos anos anteriores de acordo com a massa tributável e reduzindo o período para os resultados transitados para três anos;

iii. Reduzir [tax allowances] e revogar as isenções subjectivas;

iv. Suprimir os beneficios fiscais, nomeadamente aqueles cujo desaparecimento já estava previsto no código dos impostos e fortalecendo as regras de taxação para os automóveis das empresas;

v. Propor emendas para as leis de finanças regionais para limitar a redução do imposto das empresas nas regiões autónomas para um máximo de 20% vis-à-vis as taxas aplicadas no continente.

1.20 – Redução dos beneficios fiscais e das deduções no IRS, que deverão resultar em 150ME em 2012. As medidas incluem:

i. Restringir os valores máximos de deduções de acordo com o escalão contributivo, com limites mais baixos aplicados aos maiores rendimentos e com zero deduções para o escalão de rendimentos mais elevado;

ii. Aplicar limites máximos a categorias individuais através da (a) introdução de limites nas deduções de despesas de saúde; (b) eliminando a dedução de capital pago numa hipoteca e eliminando progressivamente a dedução de rendas e dos pagamentos de juro de uma hipoteca para casas que sejam primeira habitação; eliminar estas deduções pra novas hipotecas (c) através da redução dos items passiveis de terem deduções ao imposto e revendo a taxação do rendimento [?];

iii. Propor emendas às leis de finanças regionais por forma a limitar a redução do IRS nas regiões autónomas a um máximo de 20% vis-à-vis o imposto aplicado no continente.

1.21 Aplicar IRS a todos os tipos de transferências sociais e assegurar a convergência das deduções de IRS aplicadas às pensões com aquelas aplicadas aos rendimentos do trabalho com o objectivo de conseguir 150ME em 2012.

1.22 – Mudanças na taxação da propriedade para conseguir aumentar a receita em pelo menos 250ME através da redução substancial das isenções temporárias para casas ocupadas pelo proprietário. As transferências do governo central para os governos locais serão revistas por forma a ssegurar que as receitas adicionais serão usadas exclusivamente para consolidação fiscal.

1.23. Aumentar as receitas do IVA para conseguir pelo menos 410ME para um ano inteiro, por meio de:

i. Reduzir as Isenções fiscais;

ii. Mover categoris de bens e serviços dos escalões reduzido e intermédio pra o escalão mais alto do IVA;

iii. Propor emendas Às leis de finanças regionais por forma a limitar a redução do IVA a um máximo de 20% nas regiões autónomas, vis-à-vis o aplicado no continente.

1.24 Aumentar os impostos sobre o consumo em 250ME em 2012. EM particular através de:

i. Aumento do imposto automóvel e eliminação das isenções;

ii. Aumento dos impostos sobre o tabaco;

iii. Indexar estes impostos à inflação;

iv. Introduzir impostos sobre o consumo de electricidade de acordo com a directiva da EU 2003/96.

1.25 Aumentar os esforços de combate à evasão fiscal, fraude e aumentar a receita em pelo menos 175ME em 2012.



Política fiscal em 2013
1.26. O governo atingirá um défice geral de não mais de 5224ME em 2013. (4ºT-2013)

1.27. Ao longo do ano o governo irá, rigorosamente implementar a lei do orçamento para 2013. O progresso será aferido contra os tectos trimestrais (cumulativos) definidos no Memorandum of Economic and Financial Policies (MEFP), incluindo o Technical Memorandum of Understanding (TMU). (1T, 2T, 3T e 4T 2012)

1.28. As medidas seguintes serão definidas na lei do orçamento de 2013 (4T-2012), a menos que especificado em contrário:



Despesa

1.29 – Aprofundamento das medidas introduzidas na lei do orçamento de 2012 com vista a diminuir as despesas nas áreas de:

i. Funcionamento da administração central: 500ME. Planos detalhados serão apresentados e avaliados antes do terceiro trimestre de 2012;

ii. Racionalização da educação e da rede de escolas: 175ME;

iii. Salários: reduções anuais de 1% por ano no número de funcionários da administração central e de 2% nas administrações regionais e locais;

iv. Esquemas de saúde dos empregados do governo: 100ME;

v. Sector da saúde: 375ME;

vi. Transferências para as autoridades locais e regionais: 175ME;

vii. Redução dos custos de outros corpos públicos, entidades e empresas públicas: 175ME;

viii. Despesas com capital: 350ME;

ix. Manter a suspensão das regras de indexação das pensões excepto para as pensões mais baixas em 2013.

1.30. Para além disto, o governo irá aumentar a utilização de meios de teste e melhoramento tendo como alvo o suporte social conseguindo uma redução na despesa com benefícios sociais de pelo menos 350ME.




Receita

1.31. Aprofundamento das medidas introduzidas na lei do orçamento de 2012, conduzindo a receitas extras nas áreas seguintes:

i. Imposto sobre as empresas e redução dos benefícios e deduções fiscais: 150ME;

ii. Benefícios fiscais e e deduções fiscais no IRS: 175ME;

iii. Taxação de todos os tipos de transferências sociais em dinheiro e convergência das deduções sobre o imposto de rendimentos das pensões e do rendimento do trabalho: 150ME;

iv. Impostos sobre o consumo: 150ME.

1.32. Actualização dos valores das propriedades para efeitos de pagamento de impostos por forma a aumentar a receita em pelo menos 150ME em 2013. As transferências do governo central para os governos locais será revista para assegurar que as receitas adicionais serão usadas completamente para consolidação fiscal.




Política fiscal em 2014
1.33. O governo terá como objectivo ter um défice geral de não mais de 4521ME em 1014. As medidas necessáris serão definidas na lei do orçamento de 2014. (4T-2013).

1.34. Ao longo do ano o governo irá, rigorosamente implementar a lei do orçamento para 2013. O progresso será aferido contra os tectos trimestrais (cumulativos) definidos no Memorandum of Economic and Financial Policies (MEFP), incluindo o Technical Memorandum of Understanding (TMU). (1T, 2T, 3T e 4T 2013).

1.35. Com a lei do orçamento de 2014, o governo irá aprofundar as medidas introduzidas em 2012 e 2013 com vista a alargar a base taxável e moderar as despesas primárias por forma a conseguir um decréscimo do rácio de endividamento do estado para o PIB.




(...)



Anaquim - As Vidas dos Outros

terça-feira, 3 de maio de 2011

ET MENSAH /highlife highlight

Glenn Miller - In the Mood - Sun Valley Serenade (1941) HQ

Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado

Loreena McKennitt- The Highwayman

The Highwayman, poem Alfred Noyes

The Highwayman
PART ONE
I
The wind was a torrent of darkness among the gusty trees,
The moon was a ghostly galleon tossed upon cloudy seas,
The road was a ribbon of moonlight over the purple moor,
And the highwayman came riding—
Riding—riding—
The highwayman came riding, up to the old inn-door.

II
He’d a French cocked-hat on his forehead, a bunch of lace at his chin,
A coat of the claret velvet, and breeches of brown doe-skin;
They fitted with never a wrinkle: his boots were up to the thigh!
And he rode with a jewelled twinkle,
His pistol butts a-twinkle,
His rapier hilt a-twinkle, under the jewelled sky.

III
Over the cobbles he clattered and clashed in the dark inn-yard,
And he tapped with his whip on the shutters, but all was locked and barred;
He whistled a tune to the window, and who should be waiting there
But the landlord’s black-eyed daughter,
Bess, the landlord’s daughter,
Plaiting a dark red love-knot into her long black hair.

IV
And in the dark old inn-yard a stable-wicket creaked
Where Tim the ostler listened; his face was white and peaked;
His eyes were hollows of madness, his hair like mouldy hay,
But he loved the landlord’s daughter,
The landlord’s red-lipped daughter,
Dumb as a dog he listened, and he heard the robber say
V
“One kiss, my bonny sweetheart, I’m after a prize to-night,
But I shall be back with the yellow gold before the morning light;
Yet, if they press me sharply, and harry me through the day,
Then look for me by moonlight,
Watch for me by moonlight,
I’ll come to thee by moonlight, though hell should bar the way.”

VI
He rose upright in the stirrups; he scarce could reach her hand,
But she loosened her hair I’ the casement! His face burnt like a brand
As the black cascade of perfume came tumbling over his breast;
And he kissed its waves in the moonlight,
(Oh, sweet, black waves in the moonlight!)
Then he tugged at his rein in the moonlight, and galloped away to the West.

PART TWO
I
He did not come in the dawning; he did not come at noon;
And out o’ the tawny sunset, before the rise o’ the moon,
When the road was a gypsy’s ribbon, looping the purple moor,
A red-coat troop came marching—
Marching—marching—
King George’s men came matching, up to the old inn-door.

II
They said no word to the landlord, they drank his ale instead,
But they gagged his daughter and bound her to the foot of her narrow bed;
Two of them knelt at her casement, with muskets at their side!
There was death at every window;
And hell at one dark window;
For Bess could see, through her casement, the road that he would ride.


III
They had tied her up to attention, with many a sniggering jest;
They had bound a musket beside her, with the barrel beneath her breast!
“Now, keep good watch!” and they kissed her. She heard the dead man say—
Look for me by moonlight;
Watch for me by moonlight;
I’ll come to thee by moonlight, though hell should bar the way!

IV
She twisted her hands behind her; but all the knots held good!
She writhed her hands till her fingers were wet with sweat or blood!
They stretched and strained in the darkness, and the hours crawled by like years,
Till, now, on the stroke of midnight,
Cold, on the stroke of midnight,
The tip of one finger touched it! The trigger at least was hers!

V
The tip of one finger touched it; she strove no more for the rest!
Up, she stood up to attention, with the barrel beneath her breast,
She would not risk their hearing; she would not strive again;
For the road lay bare in the moonlight;
Blank and bare in the moonlight;
And the blood of her veins in the moonlight throbbed to her love’s refrain.

VI
Tlot-tlot; tlot-tlot! Had they heard it? The horse-hoofs ringing clear;
Tlot-tlot, tlot-tlot, in the distance? Were they deaf that they did not hear?
Down the ribbon of moonlight, over the brow of the hill,
The highwayman came riding,
Riding, riding!
The red-coats looked to their priming! She stood up, straight and still!


VII
Tlot-tlot, in the frosty silence! Tlot-tlot, in the echoing night!
Nearer he came and nearer! Her face was like a light!
Her eyes grew wide for a moment; she drew one last deep breath,
Then her finger moved in the moonlight,
Her musket shattered the moonlight,
Shattered her breast in the moonlight and warned him—with her death.

VIII
He turned; he spurred to the West; he did not know who stood
Bowed, with her head o’er the musket, drenched with her own red blood!
Not till the dawn he heard it, his face grew grey to hear
How Bess, the landlord’s daughter,
The landlord’s black-eyed daughter,
Had watched for her love in the moonlight, and died in the darkness there.

IX
Back, he spurred like a madman, shrieking a curse to the sky,
With the white road smoking behind him and his rapier brandished high!
Blood-red were his spurs i’ the golden noon; wine-red was his velvet coat,
When they shot him down on the highway,
Down like a dog on the highway,
And he lay in his blood on the highway, with the bunch of lace at his throat.

* * * * * *
X
And still of a winter’s night, they say, when the wind is in the trees,
When the moon is a ghostly galleon tossed upon cloudy seas,
When the road is a ribbon of moonlight over the purple moor,
A highwayman comes riding—
Riding—riding—
A highwayman comes riding, up to the old inn-door.

XI

Over the cobbles he clatters and clangs in the dark inn-yard;

He taps with his whip on the shutters, but all is locked and barred; He whistles a tune to the window, and who should be waiting there
But the landlord’s black-eyed daughter, Bess, the landlord’s daughter,
Plaiting a dark red love-knot into her long black hair.

XI

Over the cobbles he clatters and clangs in the dark inn-yard;

He taps with his whip on the shutters, but all is locked and barred; He whistles a tune to the window, and who should be waiting there
But the landlord’s black-eyed daughter, Bess, the landlord’s daughter,
Plaiting a dark red love-knot into her long black hair.

The Highwayman, poem Alfred Noyes

O Salteador de Estrada, poema de Alfred Noye

http://www.esjweb.org.uk/public/index.php?option=com_content&view=article&id=273:the-highwayman-by-alfred-noyes&catid=32:year-5-poetry&Itemid=55

http://www.esjweb.org.uk/public/

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