sexta-feira, 29 de abril de 2011

Hesitation Blues by Willie Nelson and Asleep at the Wheel

"A Crise Portuguesa"

O sociólogo e filosofo francês, Jaques Amaury, professor na Universidade de Estrasburgo, publicou recentemente um estudo sobre "A crise Portuguesa". Aqui fica um cheirinho e que cheiro... "Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais. Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem - se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união. Foi o país onde mais a CE investiu "per capita" e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou a esmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo. Os dinheiros foram encaminhados para auto estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições publico - privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração publica, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre. A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando - se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram - se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país. Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) que está no Governo e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade. À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) vilipendiado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais. Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré - fabricada não encontra novos instrumentos. Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países. Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres. A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e Tv oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória. Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia. Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios."
Por: Paulo Anes

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Jean-Marie Lustiger

"The problem of faith in God is not one of knowing whether there is an unknown object one can call God and whose probable existence can be demonstrated... The problem of faith is to accept that to discover God human beings have to situate themselves differently in relation to themselves, to the world, and in relation to the one they do not know." Jean-Marie Lustiger

Led Zeppelin - The Battle of Evermore

Gangstagrass- I'm Gonna Put You Down

quarta-feira, 27 de abril de 2011

The Help Trailer

Los poetas andaluces de ahora - Água Viva

Valsinha - Chico Buarque

Galactic Tenderness

http://youtu.be/kQOIgxuXXCQ



"sou das que utiliza as 'desvairadas tecnologias e virtuais comunicações' na tentativa porventura patética de criar um tecido resistente e solidário de ternura entre almas desconhecidas, procurando, a e...sta escala improvável, uma dinâmica de valores como os do bem, da verdade e da beleza, ainda que por linhas tortas. Por isso me comoveu encontrar neste seu post a expressão dessa minha demanda e angústia: é o passo mais difícil e revolucionário que falta e que o nosso ser mais profundo espera."
RF

se tivesse um peixe aí

se tivesse um peixe aí_if fish was there from inês ponte on Vimeo.




um pedaço da vida de um pescador do sul da bahia, brasil. seu Lorde é retratado nesta sua actividade solitária, que tem muito de aleatório. a ver se apanha peixe.

joão coimbra fez a câmara (2006). realização: joão coimbra e inês ponte. uma microprodução 2009.
exibido no festival do filme antropológico e cineclube da guarda, setembro 2009.

"It's a Book" - Book Trailer - Legendado

Regina Spektor - The Calculation

http://youtu.be/2DLp-vE3AKg


You went into the kitchen cupboard
Got yourself another hour
And you gave half of it to me
We sat there looking at the faces
Of the strangers in the pages
Till we knew 'em mathematically
They were in our minds until forever
But we didn't mind, we didn't know better
So we made our own computer
Out of macaroni pieces
And it did our thinking while we lived our lives
It counted up our feelings
And divided them up even
And it called that calculation Perfect Love
Didn't even know that love was bigger
Didn't even know that love was so, so,
Hey, hey, hey
Hey, this fire, it's burning, burning us up
Hey, this fire, it's burning, burning us...
Up
Ooh, Ooh
So we made the hard decision
And we each made an incision
Past our muscles and our bones
Saw our hearts were little stones
Pulled 'em out, they weren't beating
And we weren't even bleeding
As we lay them on the granite countertop
We beat 'em up against each other
We beat 'em up against each other
We struck 'em hard against each other
We struck 'em so hard, so hard
Until they sparked
Hey, this fire, it's burning, burning us up
Hey, this fire, it's burning, burning us up
Hey, this fire, it's burning, burning us up
(And many melodic 'ooh's follow)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Grateful Dead - Uncle John's Band (Studio Version)

Reflexões

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqaynY3OOt3GUVcCQV0dKbk3QqiJrg4jXZeEWJP6XBjj1u1Mdt7WaDHksKXAMJZgTNII8bC8nVOA0EJ8LP3ZuWf5_8rflXl_V8P72LavdVbdtu3FX3aEUnTYARNr94Kep6YkUz9BswSug/s1600/proder.jpg


http://pilotxxl.blogspot.com/



http://jumento.blogspot.com/
O resgate desnecessário de Portugal



Robert M. Fishman não é um Professor qualquer da selecta University of Notre Dame, nos arredores de Chicago, pois, para além do seu vasto currículo de académico e autor (nos campos da democracia e da prática democrática, da política, da cultura e das consequências das desigualdades), está a preparar um novo livro sobre os percursos de Portugal e Espanha nas últimas décadas do século XX, depois de já ter escrito Democracy’s Voices, The Year of the Euro e Working-Class Organization and the Return to Democracy in Spain.


Publicou hoje um editorial no The New York Times onde demonstra que a entrada do FMI em Portugal se deve, exclusivamente, à actuação inqualificável das agências de notação. A peça merece ser lida na íntegra e com atenção (e, já agora, com abertura ideológica q.b., que o homem é estado-unidense), mas deixo aqui os parágrafos finais:


No destino de Portugal reside um claro aviso a outros países, incluindo os Estados Unidos. A revolução de 1974 em Portugal inaugurou uma vaga de democratização que inundou o mundo inteiro. É bem possível que 2011 marque o início de uma vaga de usuparções nas democracias, por parte dos mercados não regulados, sendo a Espanha, a Itália ou a Bélgica as próximas vítimas potenciais.


Oa americanos não gostariam muito se institucioções internacionais tentassem dizer à cidade de Nova Iorque ou a qualquer outra municipalidade para abandonarem as leis de controlo das rendas. Mas esse é o tipo de interferência que está agora a acontecer em Portugal – exactamente como aconteceu na Irlanda e na Grécia, se bem que estes dois países tenham mais responsabilidades no destino que lhes coube.


Somente os governos eleitos e os seus líderes podem garantir que esta crise não acaba por destruir o processo democrático. Até agora parecem ter deixado tudo entregue aos caprichos dos mercados de obrigações e das agências de notação financeira.

APB - Annie Lennox Interview In The Church

ZUNAI

http://www.revistazunai.com/

A Pedagogia da Indignação

http://www.esnips.com/doc/3d5da577-1240-4dc4-8685-ea73cab0b346/Paulo-Freire---A-pedagogia-da-indignação

domingo, 17 de abril de 2011

As pedras

Pedras na praia


As pedras

As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.

Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?

As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.

Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves
e nem mais tarde regressam.

Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.

Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.

As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
um coisa para dizer.


Maria Alberta MENÉRES, in “ Conversas com versos”

ABC - Gestão da sala de aula

ABC da Gestão

Língua, Artes, Social...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Âncora

Rio Âncora http://ciberduvidas.pt/aberturas.php?id=1194 Rio Âncora Rio Âncora

Sigismund Schlomo Freud (1856 - 1939)

Sigmund Freud - Biografia 1/5 http://www.youtube.com/watch?v=HKehfKHIpu4&feature=related Sigmund Freud - Biografia 2/5 http://www.youtube.com/watch?v=gSkOQqNlYHA&feature=related Sigmund Freud - Biografia 3/5 http://www.youtube.com/watch?v=vkKrDjZEThk&feature=related Sigmund Freud - Biografia 4/5 http://www.youtube.com/watch?v=myE2aMXk2gM&feature=related Sigmund Freud - Biografia 5/5 http://www.youtube.com/watch?v=GRHo41Q8D4s&feature=related

"um pequenino embondeiro"

http://www.youtube.com/watch?v=8QO-hGmlLi8&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=beO9c8qBD1k&feature=related

"Telhados de vidro" FN

http://www.youtube.com/watch?v=RiPzu4yXgeI&feature=related Debate Cavaco Silva - Fernando Nobre (parte 1) http://www.youtube.com/watch?v=VMQ7y3qnMvI&feature=related Debate Cavaco Silva - Fernando Nobre (parte 2) http://www.youtube.com/watch?v=FeqldeZqcRI&feature=related

Que expectativas?

Santana Lopes Nobre http://www.youtube.com/watch?v=25M9BXqJvPM

quarta-feira, 13 de abril de 2011

100 Livros

A BBC acredita a maioria das pessoas apenas terá lido 6 dos 100 livros aqui. Quantas você já leu? http://www.purplecar.net/wordpress/wp-content/uploads/2009/03/fb-bbcsharedlist2.jpg via http://www.purplecar.net/2009/03/how-do-memes-start-a-case-study-100-books-in-facebook/

Sandro Penna - Vida de Poeta








_________»»__________»» http://littleblakspot.blogspot.com/

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Banqueiro Anarquista - Fernando Pessoa

"Na mesa de um restaurante, dois amigos conversam acerca da situação social de um deles que, paradoxalmente, tornou-se um banqueiro, porque ele é politicamente anarquista. O absurdo da situação, a falta de teatralidade e o devaneio mental desta personagem, leva-nos a um retrato da vida que a maioria das pessoas conhece por experiência ou pela família por perto.
Esta é a evolução clássica de uma tendência política de seu contrário, no decurso de uma vida, tão comum aos nossos políticos e talvez também em alguns dos membros mais conhecidos das nossas finanças e da nossa economia.
O curso da história tem muito em comum e ecoa com a realidade actual mostra confessionários ou programas que tece a biografia pessoal em desertos vazios, mais ou menos fantasiosas."







_________»»__________»»»

http://naotraduzalonge.blogspot.com/





http://www.youtube.com/watch?v=pHUBZ6lYrgM&feature=related

Luz Solar



http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=3TLCkIGV2mw

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Agostinho da Silva

"Se estamos todos muito bem preparados para reclamar liberdade para nós próprios, menos dispostos parecemos para reclamar sobretudo liberdade para os outros ou para lhes conceder a liberdade que está em nosso próprio poder; se conhecêssemos melhor a máquina do mundo, talvez descobríssemos que muita tirania se estabelece fora de nós c...omo se fosse a projecção ou como sendo realmente a projecção das linhas autocráticas que temos dentro de nós; primeiro oprimimos, depois nos oprimem; no fundo, quase sempre nos queixamos dos ditadores que nós mesmos somos para os outros; e até para nós próprios, reprimindo todas as tendências que nos parecem pouco sociais ou pouco lucrativas, desejando muito que os outros nos vejam como simples, bem ajustados, facilmente etiquetáveis."

Agostinho da Silva, in 'Sobre as Escolhas'

http://syntagma.blogs.sapo.pt/23638.html

http://mktportugal.com/blog/?p=3123

http://fernandonobre.blogtok.com/

O Poder das Palavras

domingo, 10 de abril de 2011

Caminhadas saudáveis e sem riscos

Caminhadas saudáveis e sem riscos por DIANA MENDES "É melhor e mais seguro praticar exercício moderado várias vezes do que fazê-lo com muita intensidade uma vez por semana. António Freitas, cardiologista do Hospital Amadora-Sintra e do Centro de Medicina Desportiva, diz que "sair do sofá já é bom" e defende que "com caminhadas não se ultrapassam limites". A prática de exercício físico e a morte súbita do atleta foram dois temas em destaque no dia de hoje no Congresso Português de Cardiologia. Para uma pessoa saudável, o recomendável é fazer "uma caminhada, jogging natação ou passeio de bicicleta, três a quatro vezes por semana e por cerca de 30 minutos", defende. Para fazer musculação ou exercício de maior intensidade, "a pessoa tem de ter condições de base apropriadas. fazer fitness, treinos de endurance". Apesar de já não ser obrigatório ter declaração médica para ir ao ginásio, o médico recomenda que "mal haja sinto sintomas, como cansaço ou dor, deve sempre ir ao médico". Durante o treino, defende, "é preciso ter algum bom senso e não entrar na zona vermelha, que também não traz benefícios". Já as pessoas com problemas cardíacos ou de saúde, devem ter treinos prescritos. Em todos estes casos os ganhos são nítidos: "Melhora-se o bem-estar e reduzem-se os factores de risco para doença cardiovascular, benefícios que devem ser combinados com a redução do consumo de álcool ou tabaco", conclui." Lido no DN http://www.dn.pt/inicio/

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bela V VI VII









http://festivalinsider.blogspot.com/

I Won't Back Down





No, I won't back down (2x)
You can stand me up at the gates of Hell, but I won't back down
I will stand my ground, won't be turned around
I will keep my world from draggin' me down, I won't back down
No, I won't back down
Hey, baby, there ain't no easy way out
Hey, I will stand my ground
No, I won't back down
Oh, I know what' sright, I got just one life
I wil keep this world from pushin' me around, I'l lstand my ground
No, I won't back down
Hey, baby, there ain't no easy way out
Hey, I will stand my ground(2x)
And I won't back down
And I won't back down, no I won't back down

"Amor e Morte"










http://www.youtube.com/watch?v=wMrQBFYW27M&feature=related

terça-feira, 5 de abril de 2011

HEIDI «-----»POKEMON

«Há mais ou menos três anos, recebi este e-mail: “Geração HEIDI VS Geração POKEMON GERAÇÃO HEIDITêm hoje 30 anos, ou à volta disso. Chamavam-se Anas "qualquer coisa..." (especialmente Cristina, Filipa, Rita ou Sofia). As outras eram Carla, Sandra ou Sónia. Os rapazes eram João "qualquer coisa..." (geralmente Pedro, Nuno ou Paulo) ou Luís Miguel. Muitas mães eram domésticas, e levantavam-se mais cedo para enfiarem almôndegas à força nos termos da escola. As que não eram andavam muito ocupadas nas manifestações e davam dinheiro para comer na cantina. Principal preocupação dos pais: que os filhos dessem em doutores. Pequeno-almoço: papa de qualquer coisa, se possível com leite gordo e muito açúcar, ou então café com leite. Lanche: uma carcaça mole ensopada de doce de morango ou marmelada. Comida da cantina: carne assada com massa, bife com massa ou jardineira. Levava-se para a escola: uma mochila verde tipo tropa com fechos de cabedal que encaracolavam no segundo dia e com inscrições dos grupos favoritos. Havia uma régua espetada nos dias das aulas de desenho. Pesavam toneladas. Não se conseguia encontrar os livros escolares. Estavam sempre esgotados porque eram os mesmos para toda a gente. Havia quem os forrasse para passarem para o irmão mais novo no ano seguinte. Na papelaria da esquina comprava-se 1 embalagem de marcadores, 1 afia, 1 borracha, 1 esquadro e era suposto que desse para todo o ano. Na ginástica, usava-se sapatilhas brancas e fatos de treino azul escuro, encarnados ou verdes com uma risca branca e uns fechos muito desconfortáveis que faziam uma marreca à frente. Nas aulas: faziam-se cadernos de autógrafos a dizer: "Nas ondas do teu cabelo, ensinaste-me a nadar / Agora que estás careca, ensina-me a patinar". Passavam-se papelinhos. Nas férias: iam para a casa dos avós ou eram deixados à balda. Vestia-se aquilo que viesse à mão. Blusas verde-eléctrico com golas de bico, calças de bombazine com joalheiras. As meninas podiam ter aplicações de malmequeres de pano, vestiam saias de pregas sem nenhuma forma e sapatos rasos com lacinhos. Ambos: pull-overs às riscas, camisolas tricotadas pelas mães dois números acima, kispos (que deveriam durar quatro anos, no mínimo), galochas amarelas e botas caneleiras. Não havia a Zara. Era normal ser-se muito feio com 10 anos. Trocavam-se cromos das Maravilhas da Natureza, da Heidi, do Vicky ou da caderneta do Benfica. Em casa brincava-se: às bonecas, aos carrinhos e com os bonecos dos Strunfs. Jogava-se ao jogo da Glória e ao Monopólio. Batia-se nos irmãos. Com os amigos, andava-se de skate, jogava-se ao elástico, o bate-pé e ao quarto-escuro. Alguns ficavam na rua a tarde toda a jogar à bola e a andar de bicicleta. Lia-se: "A Condessa de Ségur", os "Cinco", as "Gémeas no Colégio de Santa Clara" e a Patrícia, a Mónica, a Mafaldinha e o Astérix. Os rapazes liam o Michel Vaillant. Na televisão via-se a "Abelha Maia", a "Água Viva" e o "Espaço 1999" (em reposição contínua), O Vasco Granja com desenhos animados checoslovacos que ensinavam a atravessar a rua, a Pantera cor-de-rosa e o professor Baltazar. Aos domingos, o Júlio Isidro, o "Sítio do picapau amarelo", "Dallas, o "Homem da Atlântida", os "Marretas" os "Anjos de Charlie" e "Os 3 Dukes". No cinema: "7 noivas para 7 irmãos", "Sissi", "ET", a "Musica no coração" pela 2934484.ª vez, e"Os malucos" em outras fases da sua existência. Ídolos: O Chalana, os Queen, Duran Duran, Billy Idol, Bruce Springsteen, Brian Adams, Sheena Easton e Bob Geldolf. O que se vai recordar: esfregar a sola dos sapatos novos no passeio. A bola da comida de termo no prato. Verdade ou consequência. Os Porcos no Espaço. A tiara de lata da Supermulher, as barbatanas entre os dedos do Patrick Duffy. Os pacotes de Belinhas. GERAÇÃO POKÉMONTêm hoje 10 anos ou por volta disso. Chamam-se Joana, Inês e Filipa. Ou então, Marta, Mariana, Madalena ou Rita, sem falar na Cátia e na Vanessa, claro. Os rapazes são André, Tiago, Bernando, Fábio ou Marco. As mães trabalham até às 8 da noite, passam duas horas paradas no tabuleiro da ponte a ouvir a Rádio Nostalgia ou a pensar na vida e sabem que descongelar é uma arte. Principal preocupação dos pais: que os filhos não dêem em drogados. Pequeno almoço: qualquer coisa que tenha crocante, chocolate e brinde escrito no mesmo pacote. Lanche: donuts, batatas fritas, tiras de milho frito ou snacks de chocolate. Comida da cantina: carne assada com massa, frango com massa ou bife com massa. Levam para a escola uma mochila de rodinhas. Ou, então, mochilas impermeáveis de marca, pretas ou azul-escuro. Continuam a pesar toneladas. Em Setembro vão ao corredor do hipermercado que diz "Regresso às Aulas" e compram milhares de canetas, aguarelas e lápis de cera. Têm coisas sofisticadíssimas dentro do estojo, principalmente as meninas: borrachas com cheiro a tangerina, elásticos e fitas do cabelo, autocolantes minúsculos e pulseiras. Na ginástica, as meninas vestem tops e calças de lycra. Os rapazes, calções. Ambos: ténis com sola fluorescente e que não digam "Made in Indonesia". Nas aulas: jogam Gameboy e mandam mensagens pelo telemóvel. Nas férias: vão para campos de férias moer o juízo dos animadores ou passam 15 dias em Inglaterra a estudar Inglês. Os mais sortudos vão para casa de um amigo. Ambos vestem calças e sweat-shirts com t-shirt por baixo ténis em camurça. As meninas usam brincos, pulseiras, borboletas autocolantes para espetar no pescoço, molas, ganchos, malinhas, gel fluorescente. Há calças especiais para meninas, mais justas em cima. Todos os anos (algumas todos os dias) têm roupa nova. Não é suposto andarem andrajosos, nem no recreio. Conhecem-se as tendências internacionais. Há marcas que usam e outras que só por cima do seu cadáver. Trocam-se cartas do Pokémon e brindes de pacotes de batatas fritas. Quem pode, joga computador e fala num chat da Internet até às 4 da manhã. Vê-se televisão. Bate-se nos irmãos (é bom ver que algumas coisas não mudam). Nunca se brinca na rua porque se pode ser raptado por um pedófilo. O tempo que não se está na escola, está-se no inglês, na natação, no taekondo, no kickboxing ou, então, em casa a olhar para o ar. Lêem: a colecção "Uma aventura" e outros autores portugueses. Os "Arrepios". "O clube das Amigas". Os mais intelectuais já se atiram ao Harry Potter. Na televisão vêem: tudo o que os adultos vêem... Não sei porquê, mas acho que alguma coisa, algures no meio deste processo, não correu bem…”. Apesar de não ser tão radical (pessoalmente acho que as coisas são só diferentes), este texto fez-me lembrar daquilo que eu mais gostava quando era pequeno: Os desenhos animados ao fim-de-semana de manhã. De estar com meia hora de antecedência em frente da televisão, a olhar para a mira, primeiro com estática, depois com música foleira (e ao Domingo a “eucaristia dominical”), para não perder um segundo que fosse... Por uma simples coincidência, descobri pouco tempo depois uma loja que vende brinquedos antigos e entrei por curiosidade. Quando olhei para uma colecção de “PVCês” da Heidi, pensei no que mais gostava quando tinha 10 anos (a seguir aos desenhos animados): Os bonecos das séries da televisão (não sei porquê mas nunca fui um fanático dos carrinhos). Lembrei-me da quantidade de bonecos que tinha e que, quando cheguei à adolescencia, foram todos parar a um primo mais novo ou ao filho da porteira. A seguir à colecção da Heidi seguiram-se outras e este é o resultado dos últimos três anos....» via http://geracaoheidi.blogspot.com/ Pintura http://www.intofineart.com/htmlindexfind/directory-l003.html
http://www.flypmedia.com/issues/09/#11/1 http://www.youtube.com/watch?v=bqHU9oh0hMA&feature=related

"The False Grandmother"




John Turturro does Italo Calvino. “The False Grandmother,” illustrated by Kevin Ruelle, evokes dark shades of Little Red Riding Hood. http://www.flypmedia.com/issues/09/#11/1 via http://biblioklept.org/

Arcade Fire - "Rococo"




http://www.youtube.com/watch?v=l6m39FeFaRI&feature=player_embedded#at=44

sábado, 2 de abril de 2011

ILUSTRAÇÂO

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http://obichodoslivros.com/category/ilustracao/

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"O Gesto do Olhar"

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" Ensina-se uma criança a ler, a escrever, a desenhar, a contar, mas não se ensina a sentir.

Isso está dentro de cada uma, e nós, educadores, só podemos tornar consciente que aquilo que elas sentem pode ser transmitido por um gesto: um gesto que é um olhar: uma palavra, um silêncio, uma dança, uma música, um caminhar a pé, um rir, um chorar, um ouvir o outro, os dias monótonos, um desenho que se risca no papel, uma mancha de cor que se destaca numa paisagem".
Mónica Baldaque

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via
http://zildacardoso.blogs.sapo.pt/

Dia Internacional do Livro Infantil

O jornal Público de hoje convidou três escritores para destacarem três livros cuja leitura consideram imprescindível enquanto se cresce. As escolhas de Luísa Ducla Soares: Lengalengas e trava-línguas, de António Mota; As viagens de Gulliver, de Jonnathan Swift; A menina do mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen. As escolhas de Álvaro Magalhães: As aventuras de Joanica-Puff, de A. A. Milne; A ilha do tesouro, de R. L. Stevenson; A história interminável, de Michael Ende. https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYrkmmej2bgVfg5ZC0QcB7wlzwnd45zCWYcp_RJkEzstIe9p_ZAzWSK4mQUsHA6m69eTcTablZzq-Q9o3h4FgN1yUgwwdp60wic-WvzmwktsaHIadZmEhWkteob4pb79l-F9JyEpL5zeM/s1600/historia.jpg As escolhas de Ana Saldanha: Metamorfoses, de Franz Kafka; O estranho caso do cão morto, de Mark Haddon; Meia hora para mudar a minha vida, de Alice Vieira. https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZHS_IS9HIBsqSLZcEBtNZS_XHHp4r4BAzF388FwHm0ynLLenCw-idEBaCrZkNCkfkNXa4P1a0WANmGWBkZQ4X6AeBXVoQyUPUEga2-RKhq3q4NcmEaKmNKu6tvyMt3qz8Jxj4xqo37gw/s1600/meia.jpg

"Pedimos a três escritores de literatura para a infância e juventude que escolhessem três livros que considerassem imprescindível ler enquanto se cresce: até aos 10 anos, dos 10 aos 15 e dos 15 aos 18. Luísa Ducla Soares, Álvaro Magalhães e Ana Saldanha (um autor para cada escalão) ditaram as suas escolhas. E justificaram. André Letria, ilustrador, indicou-nos três obras que não podem deixar de ser vistas antes de se chegar a adulto. E não pensou em idades. Hoje é Dia Internacional do Livro Infantil, Hans Christian Andersen nasceu há 205 anos."

Lido hoje no jornal Público

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Do You Really Want To Hurt Me





http://listen.grooveshark.com/#/now_playing

O espanto



http://www.youtube.com/watch?v=FQ6quUai0WE&feature=player_embedded#at=37

"A religião devia ser praticada em silêncio"

"A religião devia ser praticada em silêncio. Devia ser tão silenciosa como o vento nas florestas, apenas um rumor a chegar à atmosfera, uma fogueira crepitando lá, muito longe. É assim. Menos Deus, delegado, menos Deus. Para sermos melhores, precisamos de menos Deus, de menos crime, de menos assassinos, de menos mandamentos, de menos obrigações. E de mais cerveja barata, sem dúvida." Delegado Osmar Santos, em Longe de Manaus via http://miltonribeiro.opsblog.org/2009/04/13/longe-de-manaus-de-francisco-jose-viegas/

Lenda Urbana

Por que as letras no teclado das máquinas de escrever não seguem a ordem com que as letras são usadas Quando a máquina de escrever foi inventada pelo impressor americano Christopher Latham Sholes, em 1868, as teclas foram dispostas em ordem alfabética. Tentando criar um método mais “científico”, Sholes pediu ajuda a seu colaborador. James Densmore. Em 1872, ele surgiu com o teclado QWERTY (assim chamado por causa das seis primeiras letras da fila superior, na mão esquerda). Densmore estudou as letras e suas combinações mais frequentes na língua inglesa para colocá-las distantes umas das outras, a fim de que as hastes não subissem juntas, embolando durante a datilografia. Em 1932, depois de vinte anos de estudos, outro americano, August Dvorak, criou um teclado que leva o seu nome, extremamente eficiente para a língua inglesa: 3 mil palavras podem ser escritas com as letras da fila principal (contra cinquenta, no teclado QWERTY) e a mão direita é mais usada. Qualquer fabricante de máquinas de escrever nos Estados Unidos fornece sob encomenda o teclado Dvorak. No Brasil, o teclado QWERTY, adaptado com a cedilha e os acentos, é o que foi padronizado. Apesar de, nele, a letra A, de grande frequencia, ficar a cargo do pobre dedo mínimo esquerdo. http://super.abril.com.br/superarquivo/1988/conteudo_111127.shtml http://miltonribeiro.opsblog.org/2011/04/01/o-teclado-onde-pomos-nossas-maos/