"Deparei-me casualmente (e virtualmente) com Laurie Anderson, essa jovem senhora de 63 anos! e senti felicidade, porque creio que toda existência humana deve expressar alguma forma de ativismo, pouco importando a escala das atitudes ou a moral que as norteia
“Um rato demora a perceber que está numa ratoeira/ mas, quando percebe, algo dentro dele nunca mais pára de tremer”. Em Homeland, Laurie fala de amor, de fascismo contemporâneo, da ruina dos impérios, enfim, fala de gente, de nós – musicando Poesia, Política e Ativismo com ironia e beleza. Explodindo suavemente um Arte/Rock Progressivo de vanguarda nos dá a sensação de que temos muito o que fazer…
Nossa vida, esse pequeno vendaval, permanentemente estressada pelo excesso, é feita de incertezas, perturbações e agitações que, incrivelmente, acabam por fortalecer nosso sistema social/econômico, em vez de subvertê-lo. Parafraseando Marshall Berman, tudo em nós que não é atraente para o Mercado é reprimido drasticamente ou se deteriora por falta de uso. Somos ‘seduzidos’ a viver uma vida trivial, com sonhos publicitariamente fabricados, com toda uma existência reduzida a um projeto profissional e financeiro. Porém, não somos máquinas triviais – (Berman: “Wittgenstein faz o elogio do ‘encanto dos destruidores de ilusões’ – nos exorta a reagir contra a ausência de inquietação que tende a prevalecer em nossa época. Não faltam ilusões empenhadas em medir o pensamento e valorar e definir a vida mesma pelos referenciais da profissionalização, do utilitarismo, da política e até da crítica.”)
Dispomos de um potencial de catálise, de descoberta, de decisão e, principalmente, de afastamento em relação à norma. Entretanto, não basta ser diferente – ser diferente é ser da massa sem fazer nenhuma diferença – é preciso ser ativista!
Laurie Anderson performs at Live from Lincoln Center (Episode 188, recorded on May 3, 2007):"
via
http://fabriciokc.wordpress.com/
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