Poluição atmosférica e doenças cardiovasculares
"Falar de ambiente é falar da deusa mãe criadora de todas as espécies. Nada é mais importante do que os fatores ambientais e mesmo que hoje em dia se diga que a nossa saúde ou doença resulta da interação entre o meio ambiente, nurture, e do património genético, nature, mesmo assim, podemos afirmar que este último, o genoma, é filho da primeira, embora tenha adquirido carta de alforria. As preocupações ambientais são relativamente recentes. Recordo que em Dezembro de 1968, presumo que na véspera do Natal, na sequência da viagem da Apolo 8 foi obtida pela primeira vez uma imagem da Terra no decurso da órbita lunar. A fotografia era de tal modo fascinante que nunca mais a esqueci ao ponto de, na altura, a pendurar na parede do meu quarto. Não me cansava de olhar para tanta beleza. Prestes a fazer 18 anos, pensava como era possível que naquele globo azul e branco houvesse tantas coisas belas, vida, alegria, tristeza, guerras, miséria, grandeza, amor e ódio e uma espécie pensante. Em 1990, Carl Sagan conseguiu que no momento em que a Voyager 1 ia a começar a sair do sistema solar, a mais de seis mil milhões de quilómetros, tirasse uma fotografia da Terra. A fotografia é um mero ponto azul-claro. Esta fotografia contrasta com a da Apolo 8 ou com o mais recente “Pôr da Terra”. Um mero ponto a desafiar a ilusão de que somos importantes, de que ocupamos um lugar privilegiado no Universo. Afinal, “o nosso planeta é uma partícula solitária numa imensa escuridão cósmica envolvente”. Tem vida? Tem! Mas alguém seria capaz de o afirmar se estivesse colocado àquela distância e olhasse para o ponto azul-claro? Estou convencido de que não. Há quem afirme que esta imagem, o tal ponto azul minúsculo, tirada do espaço, originou a emergência do discurso público sobre o ambiente. Não importa se é verdade ou não, o que interessa é estabelecer uma data histórica como ponto de partida para uma nova consciência ambiental. Tal atitude faz-me lembrar a experiência realizada por Galileu na Torre de Pisa, em 1590, quando lançou dois corpos de massas diferentes, dando origem à Revolução Científica. Há que afirme que tal evento nunca foi efetuado. Mas que importa? O que interessa é que o reinado aristoteliano e aquiniano acabou dando lugar a novas formas de pensar. Do mesmo modo, a imagem da Terra obtida pelos astronautas norte-americanos revelou algo de belo e global, escondendo muitas coisas, inclusive atentados ambientais que na grande maioria não conhecem fronteiras nem povos. A famosa revista Time introduziu na sua edição de 1 de agosto de 1969, pela primeira vez, uma nova secção intitulada ambiente. Era o primeiro passo para encontrar a harmonia entre a humanidade e a única casa que temos, o planeta Terra. Quando a comunicação social responde a certos desafios é porque algo está a acontecer e merece atenção. De facto, vários desastres ambientais começaram a ter evidência, obrigando ao debate sobre novas matérias e a criação de um novo léxico para que os cidadãos compreendessem as notícias. Apesar dos avanços e recuos, foi preciso uma década de espera para o retomar de uma consciência ecológica. As consequências das alterações ambientais não são nada agradáveis e só com uma forte sensibilização das comunidades é que é possível travar ou minimizar os seus efeitos. Mas não é fácil, porque a perceção do risco ambiental é um verdadeiro paradoxo. Se olharmos para a nossa maior cidade, e também a mais poluída, Lisboa, os cidadãos começam a queixar-se logo que apareça um “cheiro” estranho, como aconteceu ainda há pouco tempo na sequência da rotura de um esgoto, mas se certos poluentes, verdadeiramente perigosos, não forem quantificados e identificados pelos citadinos narizes, então, o pessoal continua no seu dia-a-dia sem se preocupar minimamente. O equilíbrio do planeta Terra é cada vez mais delicado, fazendo-se à custa de uma imensa entropia negativa, quer no verdadeiro sentido da palavra, com todos os inconvenientes energéticos, quer em sentido figurado pelos receios resultantes das medidas a adotar. A par deste fenómeno, complexo, outros merecem a nossa atenção. O caso da poluição atmosférica é uma realidade inquestionável que não atinge apenas as vias respiratórias, mas acaba por contribuir para o aparecimento de problemas congénitos, tumorais e cardíacos. O relatório sobre Ambiente e Saúde publicado pela Agência Europeia do Ambiente realça os efeitos da poluição na saúde humana. As consequências ocorrem a vários níveis e resultam de vários poluentes. Dentro destes destacamos os níveis excessivos de partículas no ar provenientes da utilização dos diversos combustíveis que provocam elevada mortalidade. A OMS calcula que as partículas no ar sejam responsáveis por 100 mil mortes e 750 mil anos de vida perdidos (dados de 2004). As partículas mais finas estão a ser alvo de atenção redobrada de forma a reduzir a sua produção. A inalação crónica, mesmo em baixas concentrações, provoca graves problemas de saúde. Ultimamente tem sido discutido o papel da poluição atmosférica nas doenças cardiovasculares caso do enfarte do miocárdio e dos acidentes vasculares cerebrais. Aparentemente, esta associação não seria de esperar. No entanto, alguns estudos epidemiológicos e experimentais em animais revelam que a associação existe. É muito mais prático abordar certas situações como o caso da obesidade, que constitui, também, um excelente exemplo de outro tipo de poluição ambiental relacionada com vários fatores, em parte genéticos, sem dúvida, mas, sobretudo, com interesses económicos e inoperância política, nomeadamente em termos legais. Os portugueses são extraordinariamente obesos o que constitui um risco elevado de virem a sofrer diabetes, hipercolesterolemia, enfarte e acidente vascular cerebral. Deste modo, podemos afirmar que ser-se obeso é um fator de risco cardiovascular nada desprezível, mas no caso de viver em meio poluído, caso das grandes cidades ou zonas industrializadas, o risco de enfarte ou de acidente vascular cerebral aumenta de forma significativa. A par da poluição global, cujos efeitos começam a ser bem conhecidos, não obstante a falta de colaboração das autoridades que só muito a custo, e à força de lóbis ambientalistas, é que exercem atividades fiscalizadoras, de acordo com os tratados e convenções internacionais, devemos citar o problema do tabaco, e do fumo passivo, claro. Queria, muito rapidamente, tecer alguns comentários sobre esta forma de poluição. O ditador jubilado, Fidel Castro, que deixou de fumar em 1986, consciente dos malefícios, apresentou um argumento digno de um génio: "a melhor coisa a fazer é dá-los (tabaco) ao teu inimigo". Mesmo assim, é muito pouco provável que os prisioneiros políticos de Cuba estejam a receber caixas de charutos! Sabemos que as medidas legislativas são indispensáveis para reduzir as consequências deste fator altamente nocivo. Aguardámos bastante tempo pela legislação neste sentido, mas, finalmente já dispomos e parece estar a ser devidamente cumprida. Esta abordagem tem um objetivo: afirmar que a patologia ambiental é mais do que um problema de saúde pública. Sendo, basicamente, um problema político, e caso não ocorra uma inflexão nesse sentido, não iremos muito longe. Acabaremos por continuar a ser agredidos de várias maneiras, através do ar, da água, dos alimentos, das condições ambientais no local do trabalho, das novas tecnologias, dos diferentes sistemas políticos e económicos, entre outros. A capacitação do cidadão em termos de controlo ambiental está bem definida através de várias convenções que aconselham os estados a legislar no sentido de produzirem normativos adequados às novas realidades ambientais. É indispensável que sejamos dotados desses meios, mas tardam. Claro que os problemas de poluição "grosseira" são fáceis de detetar por qualquer um de nós, graças aos nossos sentidos, e mesmo assim eles ocorrem de uma forma obscena debaixo dos nossos olhos e narizes, sem que os responsáveis acionem os mecanismos adequados à sua prevenção. Se assim é, e estamos a falar do nosso país, o que dizer da chamada poluição "fina", a que não se vê, a que não se cheira, a que não mata imediatamente e, mesmo provocando doenças, porque provocam, demoram décadas a manifestarem-se, acabando por serem interpretadas como meras fatalidades da velhice? Muito da patologia que nos atinge tem a ver com o meio ambiente em geral e do trabalho em particular. Claro que os estudos nestas áreas não são nada fáceis de realizar, por falta de patrocinadores, de empenhamento do próprio estado, cúmplice de interesses instituídos e que não pretende mexer em certas áreas. Lá sabem as razões. Convém chamar a atenção para o facto de não ser preciso transformar um português numa Erin Brocovich, porque, entre nós, seria muito perigoso. Começam a aparecer alguns estudos ambientais que revelam efeitos negativos na saúde dos nossos concidadãos, mas não são acarinhados e, pelos vistos, nem bem-vindos, ao porem em causa muitas situações negativas. As próprias autoridades de saúde deveriam efetuar mais estudos e fiscalização nestas áreas, mas não me parece que seja o caso, infelizmente. Compete aos médicos diagnosticar, denunciar e propor medidas que possam contribuir para a melhoria do ambiente, que bem precisa, quer à escala global, mas também à nossa escala, não esquecendo que estamos perante uma forma de disfunção transnacional. Importa ainda afirmar que os múltiplos e crescentes efeitos da poluição não são estáticos mas sim dinâmicos a ponto de provocarem efeitos nas próximas gerações mesmo antes de virem a ter contacto com o futuro ambiente, que esperemos seja muito melhor do que o presente. O que não é justo é terem de pagar pelos disparates dos seus antepassados. O fenómeno epigenético começa a ser uma realidade incontestável, e, por isso mesmo, tem de ser tomado em linha de conta nas políticas ambientais. Crianças ou jovens adultos expostos a contaminação ambiental poderão sofrer efeitos na sua estrutura suscetível de provocar problemas a nível do ADN de tal modo que os descendentes, diretos ou mais longínquos, venham ainda a sofrer na pele as consequências da exposição dos seus antepassados. Esta nova realidade obriga-nos a pensar duas vezes sobre o que andamos a fazer, sobretudo quando as vítimas poderão ser aquelas que não tiveram qualquer quota-parte na produção da poluição. A responsabilidade transgeracional é uma nova realidade a desenvolver e a esclarecer. A problemática ambiental constitui uma das principais preocupações a nível mundial. O elevado número de convenções, cimeiras e protocolos são prova de um verdadeiro desassossego ambiental. Apesar de todos os esforços, não tem sido possível evitar as múltiplas e constantes agressões ambientais. A par da educação e formação cívica torna-se imperioso criar legislação adequada para minimizar e reduzir as consequências, salvaguardando deste modo as diferentes espécies. A legislação criada ao redor da poluição ambiental é vasta e naturalmente muito importante, mas mesmo assim não é suficiente, já que a sua aplicação prática não é consentânea com os fenómenos que, quase diariamente, são noticiados, os quais provocam ansiedade e preocupação nas comunidades. Nas últimas décadas assistimos a uma crescente consciencialização dos problemas ambientais, como é o caso de Portugal. Facto que consideramos naturalmente muito positivo, mas que originou vários problemas, nomeadamente desconfiança por parte das populações, face às empresas poluidoras ou potencialmente poluentes, assim como em relação às organizações estatais a quem compete fiscalizar a aplicação de um conjunto cada vez mais vasto de normativos nacionais e comunitários. A amplitude dos problemas relacionados com a saúde é muito vasta, conforme já afirmei. De qualquer modo, importa abordar dois ou três aspetos mais concretos que nos permitam analisar a complexidade e a interação com o nosso bem-estar. Uma das áreas mais em foco tem a ver com a problemática da emissão de subprodutos tóxicos e partículas finas resultantes da combustão e tratamentos térmicos de resíduos perigosos. Os processos térmicos e a combustão dominam a poluição atmosférica. A atenção tem sido dada aos principais contribuintes, caso do ozono, compostos orgânicos voláteis, óxidos de azoto e produtos de combustão incompleta. Contudo, poluentes orgânicos, tais como benzeno, dioxinas e furanos, acrilonitrilo e brometo de metilo, são exemplos de combustão incompleta de carbono, carbono e cloro, carbono e azoto, e carbono e compostos de brometo, respetivamente. Muitos destes poluentes estão, frequentemente, associados com partículas finas e ultrafinas. As partículas finas são definidas de acordo com o diâmetro. As PM2,5 e as PM0,1 têm diâmetros inferiores a 2,5 e a 0,1 micra, respetivamente. Muitos poluentes estão associados com partículas finas, as quais são responsáveis por muitas doenças respiratórias e cardiovasculares. A evidência científica revela que estas partículas são responsáveis pelo stress oxidativo que, por sua vez, está implicado no desencadear de muitas patologias. Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, os hidrocarbonetos clorados, incluindo dioxinas e furanos, os metais tóxicos, os radicais livres estão associados com as partículas geradas pela combustão e têm sido responsabilizadas por vários problemas de saúde. As partículas ultrafinas, nanopartículas, não são eficientemente capturadas pelos dispositivos de controlo da poluição, penetram profundamente nas vias respiratórias, e são suscetíveis de serem transportadas à distância, produzindo graves prejuízos. As partículas de maiores dimensões PM10 depositam-se na parte superior das vias respiratórias e podem ser limpas através do sistema mucociliar. Em contrapartida as PM2,5 e as PM0,1 atingem os alvéolos pulmonares onde penetram rapidamente o epitélio. A sua clearance é mediada através da atividade fagocítica e dissolução das partículas. No tocante às nanopartículas (PM<0,1), estas conseguem ter um impacto muito significativo noutros órgãos. Os radicais livres presentes nas partículas finas e ultrafinas podem produzir alterações do ADN. As suas ações manifestam-se a nível pulmonar com diminuição da função, alterações inflamatórias cujos efeitos não ficam acantonados ao órgão de choque, indo atuar em várias partes da economia humana. A função imunológica sofre, igualmente, as consequências, ao modular a resposta devido a certas infeções respiratórias. São inúmeros os estudos epidemiológicos que revelam aumento da mortalidade associada a níveis elevados de PM. A hospitalização de crianças em idade pré-escolar, assim como pessoas de idade duplica nas comunidades onde as PM10 atingem concentrações superiores ao recomendado. Os macrófagos alveolares humanos apresentam diminuição significativa de certos número de recetores para a defesa do hospedeiro quando expostos às PM. Por exemplo, a capacidade de produzir ROS (reactive oxygen species), que são muito importantes na destruição de microrganismos, fica substancialmente reduzida dentro de 18 horas, assim como uma diminuição significativa da sua capacidade fagocítica. Além de múltiplas perturbações da função pulmonar, o desenvolvimento pulmonar nas crianças pode ficar comprometido. O sistema cardiovascular não está imune aos seus efeitos. De tal modo que a taxa de mortalidade cardiovascular pode ser superior à taxa de mortalidade respiratória nos picos de poluição atmosférica. A associação temporal entre a hospitalização e a mortalidade cardiovascular e as partículas ambientais é muito curta (0 a 3 dias) sugerindo que o incremento observado seja devido a isquémia miocárdica, enfartes e/ou arritmias ventriculares. A longo prazo a inflamação cardiovascular torna-se uma realidade responsável por vários fenómenos degenerativos. Os mecanismos precisos, através dos quais as PM aumentam o risco cardiovascular ainda não estão perfeitamente esclarecidos. De qualquer modo, a evidência aponta para o papel das citocinas, para a absorção pelo sangue e transporte até ao coração. As partículas ultrafinas parecem que penetram profundamente no organismo humano, através do trato respiratório inferior, difundindo-se pelo organismo, através da corrente sanguínea. Um dos problemas que mais preocupam as autoridades de saúde pública diz respeito aos chamados disruptores endócrinos que são agentes que interferem na síntese, armazenamento, libertação, secreção, transporte, eliminação, ligação, ou ação das hormonas. Obviamente as consequências da sua exposição dependem do momento, duração e intensidade de exposição. É no decurso do desenvolvimento fetal e nas crianças que ocorrem as denominadas janelas de vulnerabilidade. Resta saber o seu papel no desencadeamento das doenças cardiovasculares. Muito ficou por dizer, mas não queria antes de terminar deixar de falar da poluição atmosférica e diabetes, que constitui, como todos sabem, um dos principais fatores de risco cardiovascular. As alterações enzimáticas hepáticas que ocorrem com uma frequência crescente em indivíduos sem história de hepatopatias nem de consumo de álcool excessivo, constituem um forte indicador de diabetes, caso seja acompanhado de obesidade. Entretanto, a obesidade, per si, parece que não é o principal responsável! Nesta perspetiva, poderíamos questionar: - Será que uma aumento da gama GT pode constituir um marcador de exposição a poluentes, caso dos bifenilopoliclorados? De facto, investigadores estudaram este assunto, e, com base no NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey), descobriram que os indivíduos com níveis elevados de seis diferentes POPs - poluentes orgânicos persistentes, um grupo muito particular, representado por doze substâncias, os “doze malditos” que já foram, inclusive, alvo de uma convenção, a de Estocolmo, com o objetivo de os eliminar ou reduzir a sua produção à escala mundial -, no sangue corriam mais risco de terem diabetes independentemente da obesidade. Nesse estudo, as pessoas com os níveis mais elevados de POPs, apresentavam uma taxa de diabetes 28 vezes superior aos que apresentavam valores mais baixos. É difícil colocar de lado este tipo de associação que nós, epidemiologistas, chamamos de “luxo epidemiológico”. Encontrar riscos relativos na ordem de 28 vezes mais é muito pouco comum. Curiosamente, entre os obesos com baixos níveis de POPs, o risco de diabetes era extremamente baixo. No lado oposto, os que apresentavam níveis elevados de POPs circulantes corriam mais risco de diabetes. E se fossem obesos, então a associação tornava-se mais forte. Nesta perspetiva, efeito independente dos POPs, e agravamento quando associado à diabetes, leva-nos a pensar que a obesidade intensifica os efeitos perigosos. Falamos de associação, o que não significa, forçosamente, causalidade. É fácil estabelecer uma associação, mas é muito mais complicado estabelecer nexos de causalidade. Há quem aponte que os POPs, se estão mais elevados nos diabéticos, são uma consequência da doença e não causa. Ou seja, os doentes diabéticos teriam mais dificuldade em metabolizá-los, a depurá-los. Mas é pouco provável. Digo isto, porque há estudos que provam, ou melhor, sugerem que os diabéticos não se distinguem dos não diabéticos no que toca à eliminação dos POPs. A insulina resistência é um conceito bem definido que pode ocorrer a nível dos músculos, gordura e fígado. Os indivíduos cujo sangue revelam níveis elevados de POPs eram mais propensos à insulina resistência. Tudo aponta para este efeito por parte dos POPs. Aliciante, sem dúvida, a requerer mais estudos e reflexões. Mas vejam, não há bela sem senão. Neste caso concreto ficamos com algumas dúvidas, porque nos últimos tempos os níveis de POPs no sangue dos norte-americanos têm vindo a diminuir – em consequência da luta contra a poluição ambiental -, e a diabetes a aumentar. Como explicar? Não sei! Talvez a obesidade constitua uma forma de tornar os POPs mais perigosos? É uma hipótese. Não esquecer a onda epidémica de diabetes na Ásia e na África cujo incremento é escandaloso e não é acompanhado de obesidade com a mesma intensidade. No entanto, os pesticidas e outros POPs têm ali o seu paraíso. Em síntese: nos próximos tempos convém por em “pé de igualdade” a poluição atmosférica, e quem sabe outras formas de poluição, ao lado dos tradicionais fatores de risco cardiovascular, diabetes, hipertensão, obesidade, hipercolesterolemia e muitos outros que fazem parte da ladainha da aterosclerose..."
via
http://quartodarepublica.blogspot.com/
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